São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
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Comprimido pode reduzir a impotência

AURELIANO BIANCARELLI
JAIRO BOUER

AURELIANO BIANCARELLI; JAIRO BOUER
ENVIADOS ESPECIAIS A PARIS

Novo medicamento em estudo na França pode substituir injeção, método mais eficaz até agora para o problema

Uma nova droga que está em estudo conseguiu melhorar 89% o desempenho sexual de pacientes que sofriam de impotência.
A grande novidade é que se trata de um simples comprimido tomado horas antes da relação.
Até agora, o método mais eficaz de tratamento era uma incômoda injeção de prostaglandina aplicada no pênis minutos antes do ato sexual. Em alguns casos, os pacientes reclamavam de dor.
O novo remédio, desenvolvido pelo laboratório Pfizer, na Inglaterra, deve ser comercializado com o nome de Viagra. Seu princípio ativo é o sildenafil, droga que atua sobre uma enzima envolvida no mecanismo da ereção.
Uma pesquisa inédita apresentada no Congresso Europeu de Urologia, que terminou ontem em Paris, acompanhou 351 homens com idade entre 24 e 70 anos que sofriam de algum problema de ereção sem causa orgânica conhecida.
O estudo foi coordenado pela equipe do professor Alain Jardin, do hospital Kremlin-Bicetre, um dos melhores serviços de urologia da França.
Também participaram pesquisadores do hospital Southmead, em Bristol (Reino Unido) e da Universidade de Lund, na Suécia.
Placebo
Os homens estudados foram divididos em quatro grupos. O primeiro recebeu placebo (medicação sem efeito) e os outros três grupos tomaram dosagens de 10, 25 e 50 mg da droga.
O desempenho dos participantes foi medido durante 28 dias por meio de questionários respondidos pelo homem e por sua mulher. O resultado da droga na ereção também foi avaliado com o uso de estímulos eróticos visuais.
Ao final do estudo, o grupo que recebeu o placebo relatou melhora de 38%, contra 89% dos que receberam 50 mg do remédio.
Os grupos que tomaram doses de 10 mg e 25 mg obtiveram resultados intermediários.
A droga foi bem tolerada e não causou efeitos colaterais.
Os médicos receberam o resultado desse estudo com um misto de otimismo e cautela.
Um medicamento via oral, a ioimbina, lançado anos atrás com a mesma proposta e que também tinha apresentado bons resultados preliminares, não se mostrou eficaz na prática. Segundo o laboratório Pfizer, ainda não há previsão do lançamento do Viagra.

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