São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
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Mulheres ajudam homens com pênis amputado a se recuperar

DOS ENVIADOS ESPECIAIS A PARIS

Homens que perderam parte do pênis por causa do câncer retomaram suas atividades sexuais e sociais graças ao apoio e incentivo de suas mulheres.
Aqueles que viviam sós ou não estavam bem nas suas relações caíram em depressão e tiveram dificuldade para retomar suas atividades e recuperar a auto-estima.
O estudo, feito por uma equipe da Unicamp (Universidade de Campinas), foi o único do gênero apresentado no 12º Congresso Europeu de Urologia, em Paris.
A pesquisa -"A Qualidade de Vida Depois da Penectomia por Câncer de Pênis"- foi coordenada pelo urologista Carlos Arturo D'Ancona.
Um grupo de 14 homens entre 32 e 70 anos foi acompanhado por um período médio de 16 meses após a penectomia, cirurgia que amputa a parte afetada do pênis.
A maioria dos pacientes tinha 1º grau incompleto, trabalhava em serviços braçais e tinha renda inferior a três salários mínimos.
Por causa do câncer, todos tinham deixado de manter relações pelo menos quatro meses antes da cirurgia. Com a operação, o tamanho do pênis ficou reduzido de uma média de 13 cm para 9 cm.
"Achávamos que os pacientes ficariam totalmente insatisfeitos e que a qualidade de vida ficaria seriamente afetada, mas não foi o que aconteceu", disse D'Ancona.
O estudo concluiu que as mulheres tiveram um papel fundamental na recuperação desses pacientes.
Segundo o médico, assim que a lesão foi estabilizada, a grande maioria retomou suas atividades sociais. Doze dos 14 pacientes estudados voltaram a manter relações sexuais em um nível semelhante ou ligeiramente abaixo daquele mantido antes da doença.
Segundo D'Ancona, é cada vez mais comum a presença das mulheres acompanhando os maridos nos consultórios.

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