São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
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Ata deve reivindicar mais gastos no setor

Conferência pede verbas para saúde

DANIELA FALCÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A ata final da 10ª Conferência Nacional de Saúde deverá ter como principal reivindicação o aumento do gasto per capita anual com saúde de US$ 300 para US$ 500.
Para isso, o Ministério da Saúde precisaria ter orçamento anual de R$ 45 bilhões -quase quatro vezes o valor deste ano, que é de R$ 12 bilhões.
O gasto com saúde no Brasil é um dos mais baixos da América Latina, segundo Paulo Marchiori Buss, vice-presidente da Fundação Oswaldo Cruz.
O governo entra com U$ 200, e o setor privado, com US$ 100.
A Argentina -que tem perfil econômico semelhante- gasta US$ 600. Os EUA têm gasto anual de US$ 2.800.
Segundo Buss, o Brasil investiu 3,5% do seu PIB (Produto Interno Bruto) em saúde em 1995. Os EUA investiram 12%. Por isso, explicou Buss, a ata da conferência vai cobrar do governo aumento dos investimentos na área social.
A secretária-executiva do Programa Comunidade Solidária, Anna Peliano, afirmou também ser favorável ao aumento dos gastos com a área social.
Mas fez a ressalva de que não basta investir mais. "É preciso melhorar a aplicação dos recursos", disse Peliano.
O presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Fernando Rezende, que representou o ministro Antonio Kandir (Planejamento), afirmou que o aumento dos gastos públicos na área não é nem deve ser a prioridade do governo.
"Para resolver problemas sociais e melhorar as condições de saúde da população, temos de garantir crescimento econômico sustentável, com geração de empregos. A ênfase deve ser essa."
Rezende negou que tenha havido queda nos gastos com a área social no governo FHC. "De 1986 a 1995, o gasto social cresceu 25%. Isso mostra a preocupação do governo com o setor."

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