São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
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Doença atinge mais pobres

AURELIANO BIANCARELLI
DOS ENVIADOS ESPECIAIS

Mal aflige 28 em 100 mil
Estudos do Instituto Nacional do Câncer do Rio de Janeiro demonstram que, no Estado de São Paulo, 28 homens em cada grupo de 100 mil desenvolvem o câncer de pênis.
Em Recife, Pernambuco, essa taxa é duas vezes maior. Em algumas regiões da África, o número é muito superior.
"Trata-se de uma doença que tem muito a ver com cuidados higiênicos", afirma o urologista Carlos Arturo D'Ancona, da Unicamp.
Segundo o médico de Campinas, homens com fimose, por exemplo, têm maior risco de contrair a doença.
Segundo o professor da Unicamp, a penectomia -amputação de parte do pênis- é o procedimento mais utilizado nesse tipo de câncer.
Com a penectomia, os pacientes podem retomar suas atividades sexuais em alguns meses, sem risco de ficarem impotentes.
Medo da perda Os efeitos maiores sobre o paciente parecem ser os de natureza psicológica e emocional, ligados à insegurança e ao medo da perda do órgão, segundo o urologista.
Por causa desses problemas, os principais serviços de urologia do país mantêm equipes multidisciplinares formadas por médico, assistente social e psiquiatra.
Segundo Arturo D'Ancona, é cada vez mais comum a presença das mulheres acompanhando seus maridos nos consultórios, especialmente em casos como esse, que podem alterar a relação do casal.
"Toda a família é afetada de alguma forma com um problema desse", afirma o professor da Unicamp.
(AB)

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