São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
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Metalúrgicos priorizam o emprego

ABCD inicia a campanha

FÁBIO ZANINI
DA AGÊNCIA FOLHA, NO ABCD

A campanha salarial de 96 dos metalúrgicos no ABCD será mais difícil do que a do ano passado.
A demissão de 20 mil metalúrgicos em um ano, provocada principalmente pela queda no faturamento das indústrias, diminuiu o poder de barganha dos trabalhadores e tornou os empresários mais avessos à negociação.
A avaliação é das principais lideranças da categoria, sejam ligadas à CUT (Central Única dos Trabalhadores) ou à Força Sindical.
"Pela primeira vez nos últimos anos, a prioridade da campanha será a manutenção do nível de emprego e não o ganho salarial", disse Luiz Marinho, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT).
Para lidar com esse cenário, o sindicato resolveu antecipar o início da campanha salarial de novembro (data-base da categoria).
Outra medida foi unificar a pauta de reivindicações dos trabalhadores ligados às duas centrais.
"É preciso o trabalho conjunto do movimento sindical, já que a categoria passa por um momento complicado. Sem pressão, o nível de emprego vai continuar caindo", afirmou Marinho.
A pauta inclui redução da jornada para 40 horas semanais, reposição da inflação desde novembro de 95 (que deve ficar entre 15% e 16%) e ganho real em torno de 6%.
Para Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano (filiado à Força Sindical), que possui 16 mil trabalhadores na base, "a redução da jornada para evitar a demissão é hoje muito mais importante que a discussão dos índices de reajuste".
Para José Tomaz Neto, presidente do sindicato que representa os 26 mil metalúrgicos de Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, a negociação será feita empresa por empresa.
"Um acordo amplo, envolvendo toda a categoria, é mais seguro, mas está difícil. As empresas usam o argumento da queda nas vendas para não dar concessões", disse.

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