São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
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Juro futuro recua com inflação menor

JOSÉ CARLOS VIDEIRA
DA REDAÇÃO

O mercado de dinheiro já começa a reavaliar para baixo a expectativa de taxa de juro primário.
Os operadores foram surpreendidos ontem pela taxa de 0,34% de inflação na cidade de São Paulo em agosto, medida pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
Os mercados futuros já projetam taxa efetiva do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) menor para os próximos meses.
Todo mundo vinha trabalhando com a estimativa de que o IPC da Fipe ficaria na casa de 0,5% para o mês passado.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & de Futuros), os contratos de CDI projetavam 1,87% para outubro ontem, contra 1,88% do dia anterior. Para novembro, a taxa ficou em 1,84% (1,85% na véspera).
As apostas para a inflação deste mês na cidade de São Paulo já oscilam de 0% a 0,2%, com previsão até mesmo de deflação para alguns outros índices.
Segundo operadores, o mercado precisa ajustar-se a essa nova realidade de preços.
Com a previsão de inflação descendente, os juros devem ser revistos para baixo. Isso para evitar que o ganho real (descontada a inflação) fique absurdamente elevado.
Bovespa
O mercado de ações esteve sonolento ontem, voltando a acompanhar o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, que subiu 0,15%.
A Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) registrou volume financeiro bem fraco, refletindo o desânimo dos operadores com a falta de notícias domésticas que indiquem direção para o mercado.
O índice Bovespa fechou com alta de 0,10%, em 62.768 pontos. O giro financeiro total da Bolsa paulista ficou em modestos R$ 168,6 milhões, contra os R$ 345,7 milhões do dia anterior.
As atenções dos investidores, tanto nacionais quanto estrangeiros, estarão voltadas para os números sobre emprego/desemprego nos Estados Unidos que serão divulgados amanhã.
Os dados são mais um dos indicadores da temperatura da economia norte-americana.
Se forem considerados inflacionários, podem influenciar a decisão do Fed (banco central dos EUA) de elevar a taxa de juro nos EUA, para esfriar o consumo.

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