São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
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Estrangeiros voltam a aplicar na Bovespa

Em agosto, entraram R$ 331 milhões

DA REPORTAGEM LOCAL

Os investimentos estrangeiros na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) voltaram a ficar positivos em agosto, revertendo o quadro negativo observado em julho.
A entrada líquida de recursos externos superou as retiradas em R$ 331,5 milhões no mês passado, anulando a perda líquida de R$ 260 milhões ocorrida 30 dias antes.
Os estrangeiros compraram R$ 2,34 bilhões em ações em agosto (queda de 17,8%). Como venderam R$ 2 bilhões (queda de 35,4%), o resultado ficou positivo. No ano, as remessas superam as retiradas em R$ 1,58 bilhão.
O vaivém dos estrangeiros na Bovespa reflete, segundo analistas, as expectativas quanto às taxas de juros nos Estados Unidos. Nos últimos dois meses, essas expectativas têm contaminado as Bolsas.
A lógica é simples. Quando os grandes investidores institucionais acham que as taxas de juro vão subir nos EUA, as Bolsas caem no mundo todo, pois os fundos realizam lucros onde podem -geralmente nas Bolsas emergentes, como a brasileira- para minimizar perdas ou maximizar ganhos.
Quando há calmaria no mercado em relação aos juros norte-americanos, o movimento é inverso: os analistas vêem as Bolsas que estão mais atrativas e recompõem suas carteiras.
Telebrás
Nesse entra-e-sai de estrangeiros na Bovespa, o comportamento das ações da Telebrás dita o sobe-e-desce do Ibovespa (índice das ações mais negociadas), pois os papéis da estatal abocanham cerca de 80% dos negócios no mercado.
Ontem, a Telebrás PN fechou a R$ 75,60 o lote de mil ações. Como os investidores externos têm recebido relatórios de bancos de investimento indicando que o papel pode subir a R$ 100 em 12 meses, é bom ficar atento à Telebrás.
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