São Paulo, quinta-feira, 5 de setembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Número de policiais; Paródia de cidadania; Opção lastimável; Elitista; Impropriedades; Ira norte-americana

Número de policiais
"A Folha em 2/9, ao comentar o efetivo da Polícia Militar de São Paulo, afirma que hoje temos 73.247 PMs para uma população de 33.719.835 pessoas, o que daria um policial para 460,3 habitantes, praticamente o dobro do número recomendado pela ONU, de 1 policial para 250 pessoas.
A situação, entretanto, é muito mais grave.
É que não atentou o jornalista para o fato de que esses 73 mil policiais dividem-se em turnos de seis ou oito horas, e que deles teremos ainda de descontar os que exercem suas atividades no Corpo de Bombeiros, no trânsito, na vigilância dos presídios, nos serviços burocráticos da corporação ou se encontram em gozo de licença ou férias ou estão lotados em outros órgãos da administração.
Se esses números forem computados, teremos não 73 mil policiais nas ruas, mas um número que não vai além, na melhor das hipóteses, de 12 mil em cada turno de serviço, o que quer dizer um policial para 2.800 pessoas!
Com o aumento de mais 5.000 as coisas não mudam muito.
Daí, perguntamos: por que não unificarmos as polícias, para que, com a economia obtida, e com a unidade de comando decorrente, possamos pagar melhor e ter melhor qualidade?"
Hélio Bicudo, deputado federal pelo PT-SP (São Paulo, SP)

Paródia de cidadania
"Gugu Liberato demonstrou ter noção de cidadania ao denunciar o tratamento recebido no aeroporto italiano. Até aí temos acordo.
Cidadania é um direito pelo qual nos empenhamos, mas que impõe a consciência do que representa.
Mas há um paradoxo de consciência em Gugu Liberato ao promover sua caravana, como relatado na Folha de 4/9.
Qual seria exatamente a contribuição para a conscientização da cidadania que patrocina a presença de Luiza Ambiel e Tiririca?
A exemplo da sua programação, Gugu patrocina uma cidadania que se limita a parodiar o que de pior o 'Primeiro Mundo' nos oferece."
Démerson Dias (São Paulo, SP)

Opção lastimável
"Sobre a reportagem de 3/9 sobre o trânsito em São Paulo, digo ser lastimável termos que preferir a péssima e inconstitucional medida do rodízio às doentias situações das ruas nas horas de pico no trânsito de nossa cidade, uma situação que há muito já chegou aos seus limites aceitáveis."
Márcia Maria de Almeida Gomes (São Paulo, SP)

Elitista
"Celebrar a Bienal do Livro como o maior evento cultural do ano serve para reforçar a idéia exclusivista e elitista de que só quem pode ter cultura é quem tem dinheiro.
Apesar de ter sido maravilhosa e estimulante, os preços eram iguais (ou até mais altos) do que fora da Bienal.
Quem fez o esforço de ir até lá deveria pelo menos ter sido premiado com descontos significativos.
Com preços baixos, aí sim, teria sido o evento da década."
Misha Klein (São Carlos, SP)

Impropriedades
"Em 5/8 o sr. Fernando Rossetti escreveu nota sobre o trabalho realizado no 1º Congresso Nacional de Educação (Coned) a respeito do tema 'Parceria, empresa e escola pública'.
O jornalista realizou 'cobertura' apressada da apresentação dos trabalhos de pesquisa, cometendo algumas impropriedades.
Relatado por dois bolsistas de iniciação científica, o projeto em curso -na Faculdade de Educação da USP e financiado por Programa Especial da Pró-Reitoria de Pesquisa desta universidade e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp)- propõe-se a estudar a atuação do empresariado paulista no campo da educação escolar, analisando os programas de 'parcerias' entre empresas e escola pública e suas implicações na formulação das políticas públicas em educação.
Além de dimensionar e caracterizar a parceria no Estado, a pesquisa apresenta abordagem qualitativa, realizando estudos de caso.
O jornalista enganou-se na apresentação dos dados referentes ao atual estágio de pesquisa, fornecidos por um dos expositores do encontro (do levantamento inicial das 224 escolas 'adotadas', 48 delas responderam ao primeiro contato e, destas, apenas 13 confirmaram a 'parceria').
Além disso, o jornalista equivocou-se quanto ao significado da pesquisa, reduzindo seus objetivos à interação do empresário com a escola."
Carmen Sylvia Vidigal Moraes, professora da Faculdade de Educação da USP e coordenadora da pesquisa, e Tamara Fresla Mantovani de Oliveira, aluna da Faculdade de Educação da USP e bolsista de iniciação científica (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Fernando Rossetti - Discordo de que tenha havido equívoco quanto ao significado da pesquisa. O texto da reportagem era menor do que o da carta acima e, portanto, era necessário algum nível de síntese.
Nota da Redação - Leia seção "Erramos" abaixo.

Ira norte-americana
"Depois de cinco anos e meio os EUA, novamente, resolvem aplicar sua ira ao povo iraquiano, com a desculpa de deter Saddam Hussein.
O estranho é que o Iraque nada mais fez do que preservar sua soberania, coisa que a Turquia fizera há pouco tempo e nada aconteceu."
Fernando Islam Al-Egypto (Rio de Janeiro, RJ)

Texto Anterior: São Paulo precisa de José Serra
Próximo Texto: ERRAMOS
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.