São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Governo cria novo projeto antiarmas

WILLIAM FRANÇA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo envia hoje ao Congresso novo projeto que criminaliza o porte ilegal de armas de fogo. O Planalto quer vê-lo aprovado na próxima terça-feira, dia 10.
O novo projeto repete o mesmo texto da proposta de autoria do deputado Roberto Jefferson (PPB-RJ), que resultou da aglutinação de outros 28 que tramitavam na Câmara.
O governo julgou necessário repetir o mesmo texto para fugir de um entrave legislativo provocado pelo pedido de votação em regime de urgência urgentíssima do projeto do deputado Eduardo Jorge (PT-SP), um dos 28 aglutinados.
Com isso, Jefferson -que será o relator da matéria em plenário- usará o novo projeto em substituição ao de Jorge na hora da votação. O governo entende que sua proposta é mais abrangente.
O projeto passa de contravenção para crime o porte ilegal de arma, prevendo detenção de um a dois anos para os infratores.
Para possuir arma, a pessoa vai ter que se inscrever no Sistema Nacional de Armas (Sinarm), que terá controle nacional.
Quem já possuir arma terá seis meses para registrá-la novamente e só vai poder usá-la dentro de casa ou em estabelecimento comercial.
O porte de arma não-registrada também será crime, bem como o uso de arma privativa das Forças Armadas ou proibida para uso no Brasil. Com a nova proposta, fica proibida a fabricação e venda de brinquedos ou réplicas de armas.
Pacote
A remessa do projeto de lei que trata de armas de fogo é a primeira etapa de um novo pacote pró-direitos humanos que o governo vai lançar até o dia 10.
Amanhã, após o desfile do 7 de Setembro, o presidente Fernando Henrique Cardoso assina decreto criando comissão interministerial para discutir políticas para as crianças e adolescentes, como forma de implementar o Estatuto da Criança e do Adolescente, de 1989.
No dia 10, além da proposta de que votação do projeto das armas de fogo, o governo promoverá um dia de debate sobre direitos humanos no Ministério da Justiça. Nesse dia devem ser anunciadas novas medidas antiviolência.
Entre elas está a proposta de proteção a testemunhas de crimes. Também será assinado convênio entre o governo federal e o do Estado de São Paulo para a desativação progressiva do Carandiru.

Texto Anterior: Quatro são mortos em morro ocupado
Próximo Texto: Acusado de racha recorre de decisão
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.