São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996
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Passageiros pegam malária durante vôo

RODRIGO VERGARA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Sucen (Superintendência de Controle de Endemias) começou ontem a procurar passageiros da MEA (Middle Eastern Airline) que tenham passado pela Costa do Marfim nos últimos 30 dias para verificar se contraíram malária.
A medida foi tomada após o órgão ter registrado, desde o dia 28, três casos de malária causados pelo protozoário falciparum, considerado o mais letal entre as quatro espécies do microorganismo que causa a doença.
Dois dos três infectados, Ilete Makhlouf, 51, e um homem de 53 anos, estão internados em unidades de terapia intensiva de hospitais de São Paulo. A mulher ainda corria risco de vida, ontem.
A contaminação ocorreu durante um vôo da MEA com 360 passageiros vindo do Líbano e que chegou ao Brasil no dia 16 de agosto.
A Sucen diz ter certeza de que as três pessoas contraíram a doença durante a escala feita em Abidjã, capital do país africano.
O terceiro infectado é funcionário da MEA e não corre risco de vida. Ele havia tomado antibióticos por causa de outra infecção, o que retardou a ação do falciparum.
Caso isolado
Ahmed Elkoda, diretor da MEA no Brasil, disse que o caso foi isolado e que esse é o primeiro registro de malária desde que a rota entrou em operação, há oito meses.
Segundo Elkoda, não há como alertar os passageiros porque a Costa do Marfim não é oficialmente uma área infectada.
O diretor não soube dizer se esse procedimento será alterado.
"Não consegui falar hoje com o Líbano para saber se foi feito algum contato com o governo africano", disse.
Segundo Karen Kirchgatter, 27, assistente técnica de pesquisa da Sucen, há poucas chances de passageiros infectados criarem novos focos da doença em São Paulo.
"Nossa maior preocupação é que as pessoas que estiveram em vôos procedentes da África entrem em contato conosco caso apresentem sintomas da doença."
Os primeiros sintomas da doença são calafrios, febre, náusea, suores e dores lombar e abdominal (veja quadro nesta página).
Maria Stela Branquinho, da Sucen, diz que a espécie falciparum pode matar em três dias, se não for tratada.

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