São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996 |
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Metalúrgicos brigam e três saem feridos FÁBIO ZANINI FÁBIO ZANINI; CLAUDIA VARELLA
Três pessoas ficaram feridas ontem em um tumulto envolvendo seguranças contratados pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT) e cerca de 50 militantes de uma ala separatista que pretende dividir a entidade. O tumulto ocorreu na frente da subsede do sindicato em Mauá (Grande São Paulo) durante a reintegração de posse do prédio, expedida em favor dos dissidentes anteontem à noite pelo desembargador Barbosa Ferreira, do Tribunal de Justiça paulista. Seis seguranças do sindicato foram detidos e levados ao 1º Distrito Policial da cidade para depor. Após o depoimento foram liberados. "O aparelho de choque é portátil e pode ser comprado em qualquer loja de armas. Tem uns 20 centímetros de comprimento e uma potência acima de 220 volts. Não chega a matar, mas inibe a pessoa", afirmou o investigador Santa Rosa, da delegacia. Os metalúrgicos Lindomar Ferreira Salles, Juarez Pereira Martins e um terceiro, identificado apenas como "Léo", tiveram ferimentos na cabeça. Salles e Martins foram levados ao Hospital Radamés Nardini, em Mauá, examinados e liberados às 19h45. Os três são simpatizantes da ala separatista, que luta na Justiça para criar um novo sindicato para os metalúrgicos de Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. "O sindicato não se conforma com a decisão judicial e mandou seus 'bate-paus' para cima dos trabalhadores", afirmou José Tomaz Neto, líder do grupo dissidente. A briga aconteceu por volta das 16h30, durante o levantamento do patrimônio do prédio pelo sindicato e pela ala dissidente, acompanhados por um oficial de Justiça. Os 20 PMs que acompanhavam a desocupação entraram em ação assim que o tumulto começou, mas não conseguiram controlar a situação. "A turma do racha não quis esperar a realização do inventário do prédio e foi invadindo. A segurança agiu em legítima defesa", disse Carlos Alberto Grana, secretário-geral do sindicato. Grana disse que as armas apreendidas pela polícia são "de uso pessoal dos seguranças". "O sindicato contratou os seguranças para garantir a integridade física de seus associados, porque já previa a possibilidade de alguma confusão. As armas são dos seguranças, o sindicato não tem controle sobre elas", afirmou. O sindicato entrou com recurso no Tribunal de Justiça pedindo a restituição do prédio. Texto Anterior: Compras das concessionárias são recordes Próximo Texto: BC corrige minibanda cambial em 0,1% Índice |
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