São Paulo, sexta-feira, 6 de setembro de 1996
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Igreja vê aumento da miséria

DE BUENOS AIRES

O número de crianças atendidas em refeitórios do Caritas Argentina, organização assistencialista ligada à Igreja Católica, quadruplicou nos últimos dois anos.
"Passamos de 50 mil para 200 mil atendimentos. São crianças que não tem o que comer em casa, e imaginamos que suas famílias também estão passando fome", disse o bispo Rafael Rey, presidente da entidade.
Rey culpa o governo pelo aumento da miséria no país. "Este plano econômico só se preocupa com o equilíbrio das contas, deixando de lado o bem-estar da população", afirmou o bispo argentino.
Segundo o bispo, os pobres mantêm a fé em Deus, mas perderam a esperança.
"Não há um indício sequer de que a situação vá melhorar, principalmente no interior do país, onde o desemprego é maior", afirmou o bispo.
Críticas
Rafael Rey foi o primeiro integrante da Igreja Católica a criticar o pacote de flexibilização trabalhista anunciado recentemente pelo presidente Carlos Menem.
Entre outros pontos, o pacote propõe o fim das indenizações por demissão para os novos contratados.
"As leis trabalhistas argentinas sempre foram um modelo no sentido de promover a justiça social", disse Rey. Segundo o bispo argentino, a flexibilização trabalhista só vai aumentar a insegurança dos trabalhadores e trazer mais prejuízos.

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