São Paulo, domingo, 8 de setembro de 1996
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Pais descobrem filha prostituta morta

JOSÉ MASCHIO
DA AGÊNCIA FOLHA, NO PARAGUAI

Na madrugada de 2 de agosto, o pedreiro Sebastião Behrem, 44, morador do bairro Porto Meira, em Foz do Iguaçu, foi informado de que sua filha, Débora, 14, havia morrido em um acidente de carro em Santa Rita (Paraguai).
Ao chegar a Santa Rita para buscar o corpo da filha, ele descobriu que a menina havia sido prostituta e morrera durante um programa. "Foi um choque duplo. A gente pensava que ela trabalhava em uma lanchonete", afirma Behrem.
Quatro meses antes do acidente, a menina tinha sido levada ao Paraguai com o consentimento de Behrem e sua mulher, Odete, para trabalhar como garçonete.
A cafetina Célia Pereira dos Santos foi a responsável pela ida de Débora para um prostíbulo no bairro Sinuelo, em Santa Rita.
Quando morreu, em 1º de agosto, Débora já estava na casa de uma cafetina brasileira conhecida como "Tineca". Semana passada, a Agência Folha não achou mais "Tineca" ou Célia Pereira dos Santos em Santa Rita.
Na véspera de sua morte, Débora fora vista por uma comissão do consulado brasileiro em Ciudad del Este e pelo advogado Samuel Gomes dos Santos, coordenador para o Paraná do Movimento dos Direitos Humanos.
Behrem disse que deixou a filha ir para o Paraguai "porque um emprego é sempre boa notícia, mesmo em outro país".
Ele e a mulher, madrasta de Débora, dizem que a garota levava vida "de menina normal". No Brasil, ela ia a uma igreja evangélica "e nem namorado tinha".
Odete Behrem disse que só depois da morte de Débora ficou sabendo que a mulher "que levou a menina era agenciadora de prostitutas". Ela disse esperar que a "Justiça brasileira prenda uma mulher como essa".
(JM)

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