São Paulo, domingo, 8 de setembro de 1996
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"Nunca exerci cargo público"

DA REPORTAGEM LOCAL

A seguir, os principais trechos da entrevista de Antônio Carlos Magalhães Júnior concedida à Folha.
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Folha - O sr. é suplente de seu pai, o senador Antônio Carlos Magalhães, mas não é conhecido como político.
ACM Júnior - Sempre busquei fazer carreira na iniciativa privada. Nunca exerci cargo público nem eletivo. Meu irmão é um homem da política. Eu cuido dos negócios.
Folha - Porque o sr. saiu candidato a suplente de seu pai?
ACM Júnior - Foi uma escolha pessoal do senador.
Folha - Dizem que ele te escolheu por ter certeza que jamais desejaria substituí-lo
ACM Júnior - Sim, dizem isso.
Folha - Quantas empresas sua família possui e qual o faturamento?
ACM Júnior - Temos quatro segmentos operacionais: TV, rádio e vídeo; jornal e gráfica; construção e incorporação; e o quarto, que ainda vamos desenvolver, é da TV por assinatura. O faturamento anual do grupo é de cerca de R$ 90 milhões. A TV responde por 65%.
Folha - Qual é a holding (empresa-mãe) do grupo?
ACM Júnior - A TV Bahia é o carro-chefe, mas, formalmente, não é uma holding, porque emissoras de televisão não podem ser controladas por empresas.
Folha - Corre a versão que ser afiliado da Globo é um grande negócio em termos financeiros, mas, ao mesmo tempo, ela confina seus parceiros a uma área geográfica determinada e não permite expansões para outros Estados. Como o sr. vê sua relação com a Globo?
ACM Júnior - É um negócio muito bom. A Globo é nossa parceira preferencial para qualquer negócio. Temos total confiança.
Folha - O governo já anunciou que abrirá 609 editais de licitação para rádios e emissoras de televisão em todo o país. O sr. vai disputar novas concessões de TV?
ACM Júnior - Não. Não faria muito sentido. Já temos a liderança em TV aberta (transmissão gratuita) em todo o Estado da Bahia.
Folha - Então, quais são seus projetos de crescimento?
ACM Júnior - Vamos disputar as licitações para TV paga nas principais cidades do Estado. Onde não conseguirmos concessão para TV a cabo, vamos tentar obter para MMDS (TV paga com transmissão por microondas).
Folha - A Globo será sua sócia também em TV paga?
ACM Júnior - Já existem entendimentos neste sentido.
Folha - No Rio Grande do Sul, a RBS (também afiliada da Globo) vai disputar a telefonia celular privada e já se associou à Telefônica da Espanha para tentar comprar 35% das ações da CRT, a companhia telefônica gaúcha. Se o governo privatizar a Telebahia, a TV Bahia entrará na disputa?
ACM Júnior - Por enquanto, não cogitamos.
Folha - A Igreja Universal do Reino de Deus acabou de comprar a TV Cabrália, na Bahia. Como o sr. vê o crescimento da rede Record?
ACM Júnior - Se eles possuem capacidade econômica para crescer, é natural que cresçam.
Folha - O sr. é favorável à entrada de capital estrangeiro em emissoras de televisão?
ACM Júnior - Com a globalização, a tendência natural é não recusar o capital estrangeiro.

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