São Paulo, domingo, 8 de setembro de 1996
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Alemanha conquista a F-1 em 1997

BMW chega em 98

JOSÉ HENRIQUE MARIANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

A F-1 já foi italiana, inglesa, escocesa, francesa e até brasileira. A partir do ano que vem, ela assumirá, com certeza, a cidadania alemã.
A transferência de Heinz-Harald Frentzen para a Williams, anunciada na semana passada, foi a última manobra dessa invasão, que começou no início dos 90, impulsionada por uma incrível safra de pilotos germânicos.
Safra que deu à categoria Michael Schumacher, considerado o melhor piloto da atualidade. Que fez a gigante Mercedes retomar seu programa de automobilismo.
E que promete trazer de volta a BMW, que empurrou Nélson Piquet na Brabham no começo da década de 80. A montadora bávara é seria candidata a equipar os carros da Williams a partir de 98.
A Mercedes, em contrapartida, pintará os McLaren de prata na próxima temporada, revivendo o maior orgulho do automobilismo germânico, os "Silberpfeile" ou "flechas de prata".
Uma obra-prima da engenharia, de ousado desenho aerodinâmico, motor de oito cilindros e 2.496 cc. Com esses carros, Juan Manuel Fangio conquistou de forma arrebatadora os títulos de 1954 e 55.
Feito incrível, ainda mais se for levado em conta que a tecnologia empregada foi desenvolvida em 1939, antes da 2ª Guerra Mundial.
Na esteira dessa alteração cromática dos McLarens, há ainda o advento de um patrocinador também alemão: a marca de cigarros West, com investimento estimado de US$ 40 milhões anuais.
Uma verdadeira invasão, que pode contar ainda com a estréia na categoria de Ralf Schumacher, o irmão mais novo do bicampeão mundial. McLaren e Jordan têm interesse -diga-se, econômico.
Schumacher, aliás, pode ser apontado como o grande culpado. Com uma forte assessoria de marketing, foi um herói fabricado.
Hoje, arrasta uma torcida de 15 mil alemães a todos os GPs na Europa e vende, com a própria imagem, mais de 60 produtos.
Acusado de se promover à custa de uma idolatria barata e artificial, propagada por setores da mídia alemã, Schumacher só conseguiu se livrar dessa pecha após os dois títulos e a milionária transferência para a Ferrari.
Lastro mais do que suficiente para uma enxurrada de investimentos alemães na F-1, que, com Frentzen, só deve aumentar.
(JHM)

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