São Paulo, domingo, 8 de setembro de 1996
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Má organização

SÍLVIO LANCELLOTTI

Começou ontem, murchamente, a temporada 1996/97 do Campeonato Italiano de futebol. Começou já com quatro cotejos antecipados por causa das participações da Internazionale, da Lazio, do Parma e da Roma na jornada inaugural da Copa da Uefa na próxima terça-feira.
Pela primeira vez na sua história de organização, o torneio da Bota não tem uma tabela completamente antecipada.
A Figo, sua federação, em briga com o governo por causa das cotas do Totocalcio, desafiou a poderosa loteria esportiva do país e só programou, até agora, dez rodadas.
A Figo, aliás, nem mesmo um presidente ostenta. O impasse nas eleições do princípio de agosto obrigou o Coni, o comitê olímpico do país, a designar um interventor para a entidade, o jornalista Raffaelle Pagnozzi.
De todo modo, com sete clubes nos certames continentais, a Itália se mantém na liderança do ranking do futebol da sua região no mundo.
A sua torcida, nada preocupada com o êxodo de astros de seleção como Gianluca Vialli, Fabrizio Ravanelli e Roberto Di Matteo, já comprou perto de 300 mil carnês de ingressos para toda a temporada, cerca de US$ 80 milhões.
Pelos direitos de TV, os clubes já garantiram perto de US$ 200 milhões.
E no departamento da disciplina, o interventor Pagnozzi promete o melhor campeonato de todos os tempos.
Na quinta-feira, numa reunião com os seus assessores e com os chamados "giudici sportiv" das várias divisões da Bota, Pagnozzi estabeleceu critérios rigorosíssimos de arbitragem e de punição.
Um deles, inédito, estabelece que os mediadores sejam escolhidos com ao menos quatro rodadas de antecedência.
"Dessa forma", explica Pagnozzi, "se evitam as tensões infelizmente tão comuns nas vésperas dos jogos".

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