São Paulo, domingo, 8 de setembro de 1996
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Reunificação pode custar mais de US$ 3 trilhões

CLÓVIS ROSSI
DO CONSELHO EDITORIAL

Tema inevitável do diálogo entre FHC e Kim Young-sam será o da reunificação das duas Coréias.
É um desafio de custo brutal para a mais rica delas, a Coréia do Sul: algum valor entre US$ 200 bilhões e mais de US$ 3 trilhões.
Esse cálculo surgiu em um recente seminário sobre as implicações da reunificação coreana.
O volume mais baixo de recursos é previsto por Gary Hufbauer, pesquisador-sênior do Instituto para a Economia Internacional, de Washington (Estados Unidos).
Mas Hwang Eui-gak, da Universidade da Coréia, acha que a cifra será substancialmente mais elevada: prevê US$ 1,2 trilhão em investimentos diretos e mais algo entre US$ 2,4 trilhões e US$ 3 trilhões indiretos, "dependendo da brecha entre a renda do Sul e do Norte, no momento da reunificação".
Qualquer que seja a conta, é uma enorme pilha de dinheiro. Mesmo os US$ 200 bilhões avaliados por Hufbauer representam hoje praticamente a metade de todo o PIB (tudo o que é produzido pelo país em um ano) sul-coreano.
A última fronteira
E é um gasto inevitável, porque ninguém duvida que, mais cedo ou mais tarde, as duas Coréias vão sofrer uma reunificação.
"Hoje se diz que a Guerra Fria terminou, mas não na península da Coréia, em que está a última fronteira da Guerra Fria", diz o ministro da Reunificação da Coréia do Sul, O-Kia Kwon, ele próprio soldado durante a Guerra da Coréia (1950-1953).
Resta, portanto, saber quando a Coréia do Sul terá de fazer os investimentos necessários para absorver a do Norte.
Ninguém se arrisca a fazer um cálculo, nem sequer aproximado.
O ministro O-Kia, por exemplo, limita-se a dizer: "Alguns acham que a Coréia do Norte se romperá em alguns anos. Mas eu não me surpreenderia se ela quebrasse em algumas semanas".
(CR)

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