São Paulo, segunda-feira, 9 de setembro de 1996 |
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TRECHOS DO LIVRO "Victor Civita, disse que eu só aprenderia o ofício com os mestres das artes gráficas. Nos porões de sua gráfica, com artistas sem nome, juntei o que sei, como ele ensinara. Alguns dias antes de sua morte, pedi um horário, e ele me recebeu. Eu disse que era grato, muito grato, pela larga porta que me ajudara a abrir. Doente e abatido, ficou me olhando um tempo e disse: 'Você é um artista do povo, só não seja comunista. Artistas não devem ter outra ideologia que não seja a Humanidade' " * "Uma noite, cheguei à casa de Paulinho da Viola, e havia na sala vazia apenas dois banquinhos e poucos móveis desarrumados. Ele me disse: 'não repare na morada do poeta desquitado'. Pegou o violão e cantou 'Nervos de Aço', de Lupiscínio Rodrigues. Depois, me falou do disco e quando terminou seus olhos me olhavam vermelhos. No dia seguinte, voltando para São Paulo de avião, anotei num caderno o desenho de um homem chorando, segurando flores. A capa do LP 'Nervos de Aço' provocou polêmica. Era amada e odiada, inclusive pela imprensa, mas tenho certeza de que foi com ela que a capa de disco no Brasil se tornou espaço da arte. A partir dela, o artista gráfico passou a existir como profissional" Texto Anterior: Elifas Andreato faz balanço da carreira Próximo Texto: Denise Stoklos relembra a aventura de Santos Dumont Índice |
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