São Paulo, terça-feira, 10 de setembro de 1996
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Economista pede redução de encargos

RONI LIMA
DA SUCURSAL DO RIO

O economista norte-americano Jeremy Rifkin defendeu ontem, no Rio, a redução de encargos sociais das empresas em troca de uma menor jornada de trabalho.
Um dos conferencistas do "3º Encontro Ibero-Americano do Terceiro Setor", que se realiza até amanhã no hotel Inter-Continental, em São Conrado (zona sul), Rifkin falava da política adotada pelo governo francês.
A primeira-dama Ruth Cardoso, que assistiu ao final de sua palestra, disse que o governo brasileiro não tem condições de adotar esse modelo.
Segundo Rifkin, o governo francês estabeleceu acordo com algumas empresas: bancaria de 40% a 50% dos encargos sociais das companhias se elas reduzissem 15% da jornada semanal de trabalho.
A medida visa aumentar o número de postos de trabalho -já que cada empregado passaria a trabalhar menos por semana. "Isso pode ser feito em qualquer país depois de amanhã", defendeu Rifkin.
Presidente da ONG (organização não-governamental) norte-americana Foundation on Economic Trends, Rifkin tem vários livros publicados, dentre eles "Fim dos Empregos" (editora Makron Books).
Complexa
Questionada por jornalistas sobre o que achava da política defendida por Rifkin, a primeira-dama afirmou: "Nós não estamos em um momento em que essa discussão seja possível".
Ao lembrar a crise financeira do Estado brasileiro, Ruth afirmou que "as idéias não se importam dessa maneira". Segundo ela, "aqui (no país) a questão se coloca de uma maneira muito mais complexa".
Mas ao falar da realidade brasileira, que seria "complicada", Ruth passou a minimizar o problema do desemprego atualmente existente no país.
O aumento do desemprego no mundo, especialmente com a evolução da informática, foi enfatizado por Rifkin durante sua conferência realizada ontem no Rio de Janeiro.

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