São Paulo, terça-feira, 10 de setembro de 1996
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FGV detecta queda também nos preços ao consumidor

MÁRIO MOREIRA
DA SUCURSAL DO RIO

O custo de vida na cidade do Rio de Janeiro caiu 0,04% em agosto, segundo o IPC-RJ (Índice de Preços ao Consumidor para o Rio de Janeiro) da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
É a primeira vez que o IPC-RJ registra deflação desde março de 1986, primeiro mês de vigência do Plano Cruzado, quando o índice apurado foi de -0,33%.
Em julho, o IPC-RJ havia sido de 0,68%, e em junho, de 1,99%.
O índice é apurado junto a famílias com renda mensal de 1 a 33 salários mínimos. Ponderado com o IPC-SP (pesquisado em São Paulo), compõe o IPC do IGP (Índice Geral de Preços) e do IGP-M, junto com o IPA (preços no atacado, nacional) e o INCC (custo da construção civil, também nacional). Só o IPA havia registrado deflação após o Plano Real.
Segundo o economista Luís Elias, responsável pelo acompanhamento do índice, a queda de preços verificada em agosto no Rio foi consequência da ausência de fatores importantes de pressão sobre os preços.
O grupo que mais puxou o IPC-RJ para baixo foi alimentação, que representa 27,72% do índice e sofreu queda de 1,35%.
Em junho e julho, esse grupo tivera elevações de 0,71% e 1,08%, respectivamente.
Também registraram variação negativa, em agosto, os grupos vestuário (-0,95%) e assistência à saúde e higiene (-0,41%).
As pressões de alta foram puxadas pelos grupos serviços públicos (1,55%), habitação (1,33%) e artigos de residência (0,58%).
Individualmente, os itens que mais pressionaram para cima o índice do Rio foram o aluguel (peso de 0,18), que subiu 1,97%, e a taxa de água e esgoto (peso 0,15), com 10,08%. O limão (peso 0,02) teve alta de 50,93%.
Elias disse que, se persistir a ausência de pressões significativas, o índice de setembro deve voltar a ser abaixo do de julho, mas não necessariamente negativo.
Ele lembrou que o IPC do IGP-M, apurado no Rio e em São Paulo e que corresponde a 30% do índice geral, foi de 0,22% em agosto. Para Elias, isso significa que, também na capital paulista, o IPC de setembro deve ficar "bem próximo a zero".
O IGP-M e o IGP têm metodologias praticamente iguais, mas o primeiro tem sua coleta de preços realizada entre os dias 21 de um mês e 20 do seguinte, enquanto o segundo, mais antigo, é pesquisado no mês fechado, completo.

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