São Paulo, terça-feira, 10 de setembro de 1996
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Cai a maior cidade curda do Iraque

Grupo pró-Saddam vence

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O grupo de curdos apoiado pelo Iraque tomou o último grande bastião de seus rivais ontem e causou a fuga de até 500 mil pessoas da maior cidade do Curdistão iraquiano.
A maioria dos refugiados estava seguindo para o Irã. Suleimania tem 1 milhão de habitantes e havia sido antes abandonada pelos dirigentes da União Patriótica do Curdistão (UPC), curdos supostamente apoiados pelo Irã.
O governo iraniano pediu ajuda internacional para assistir os refugiados. Segundo a principal autoridade de refugiados do país, Ahmad Hosseini, 500 mil curdos fugiam da região de Suleimania.
Esses curdos temiam uma grande ofensiva do Partido Democrático do Curdistão (PDC) contra a cidade depois que outras duas cidades e a represa Dukan foram tomadas. Não houve grandes combates para a conquista de Suleimania.
No dia 31 de agosto, o PDC começou a sua ofensiva contra o grupo rival tomando a cidade de Arbil com ajuda do Exército iraquiano.
A tomada da cidade levou os EUA a lançar 44 mísseis contra alvos iraquianos e estender a área em que vôos do Iraque são proibidos até os subúrbios de Bagdá.
Não havia sinais ontem de soldados iraquianos participando dos combates entre os grupos curdos.
Antes da tomada da Suleimania, a ONU havia dito que pelo menos 8.000 pessoas já haviam fugido e que o número deveria aumentar.
A maior parte do norte do Iraque estava sem eletricidade ontem por boicote do PDC na represa Dukan.
A represa foi tomada depois de quatro horas de fortes combates. Anteontem, as cidade de Degala e Koi Sanjaq foram conquistadas.
O presidente dos EUA, Bill Clinton, afirmou ontem que o país estava ajudando os dissidentes iraquianos que trabalhavam com a CIA (o serviço de informações americano) a fugir do Iraque.
Os EUA trabalhavam com curdos e opositores do regime iraquiano em um plano para tirar Saddam Hussein da Presidência.
O Congresso Nacional Iraquiano, um dos grupos envolvidos, disse ter perdido cem membros nos últimos dez dias por causa da repressão iraquiana. O grupo pediu ontem que Saddam Hussein seja julgado por genocídio.
O candidato republicano (oposição) à Presidência dos EUA, Bob Dole, questionou ontem o resultado da estratégia de Clinton no Iraque. "O governo deve tomar cuidado ao reivindicar sucesso se os eventos em terra não o confirmam, ao oferecer uma segurança que é incapaz de dar."
Durante viagem pelos EUA, o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, disse que o ataque americano foi "uma ação responsável".
Petróleo
O barril de petróleo fechou ontem a US$ 22,59 em Londres, US$ 0,05 a mais do que na sexta-feira, depois de atingir até US$ 22,73.
A variação foi considerada normal e causada por fatores exteriores à crise no golfo Pérsico. A tendência é que os preços voltem ao normal depois da semana passada, em que alcançaram níveis muito altos depois da ação americana.

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