São Paulo, terça-feira, 10 de setembro de 1996
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'Bibi' discute saída de Hebron com Clinton

Premiê quer retirada 'segura'

CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
DE WASHINGTON

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin "Bibi" Netanyahu, disse ontem ao presidente dos EUA, Bill Clinton, que as tropas de seu país não devem sair da cidade de Hebron, na Cisjordânia, sem "sólidas garantias de segurança".
Pelo acordo de paz firmado entre Israel e a Organização para a Libertação da Palestina em Washington em 1995, Hebron deveria ter passado para o controle palestino em março deste ano.
Mas, após o assassinato de Yitzhak Rabin, em novembro de 1995, e a série de atentados terroristas em Israel este ano, o governo israelense adiou a retirada de Hebron, cidade onde 400 colonos judeus vivem entre dezenas de milhares de palestinos.
Netanyahu, eleito em 29 de maio com base em um programa eleitoral ultraconservador, não parece disposto a abandonar a cidade, que é um símbolo das vitórias israelenses sobre os árabes.
Ele argumentou com Clinton que todo o processo de paz no Oriente Médio estará sob risco se a retirada de Hebron resultar em danos para os colonos judeus.
Clinton vem exigindo de Netanyahu o que o secretário de Estado Warren Christopher chamou de "passos concretos" para a paz.
Na semana passada, Netanyahu se reuniu pela primeira vez com Iasser Arafat, o presidente da Autoridade Palestina.
Embora o encontro tenha sido saudado pelos EUA como um avanço na direção da paz e tenha custado a Netanyahu pesados ataques de seus aliados, Clinton não o considerou suficiente. O presidente é um fiador informal dos acordos firmados entre Arafat e Rabin na Casa Branca em 1993 e 1995.
Netanyahu e Clinton também conversaram ontem durante seu almoço em Washington sobre a situação no Iraque e sobre a possibilidade de se retomarem as negociações de paz entre Israel e Síria.
Esta é a segunda visita de Netanyahu aos EUA em três meses. Ele seguiu ontem à noite para Nova York, onde jantará hoje com líderes da comunidade judaica.
(CELS)

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