São Paulo, terça-feira, 10 de setembro de 1996
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Oposição pede que vice não renuncie

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Líderes da oposição colombiana pediram ontem que o vice-presidente do país, Humberto de la Calle, não renuncie.
O adversário de Samper na campanha de 1994, Andrés Pastrana (Partido Conservador), disse que a renúncia de De la Calle abre a chance para Samper escolher um testa-de-ferro para seu lugar.
Caso a renúncia se consume, Samper indica um novo vice-presidente, que deve ser eleito pelo Congresso. De la Calle disse que entregará a renúncia esta semana.
Logo após o pedido de renúncia de De la Calle, Samper disse que não deixaria o cargo. "O presidente disse que não. Eu sim me sacrifico. Dentro de poucos dias, saio", disse o vice a dois jornais.
Segundo o vice, Samper não renunciou durante o auge da crise porque ele precisa da máquina do governo para eleger Horacio Serpa -ministro do Interior e também envolvido no suposto financiamento irregular da campanha- como seu sucessor, em 1998.
Até a semana passada, De la Calle vivia em Madri, onde ocupou o cargo de embaixador da Colômbia. Durante a crise, renunciou e anunciou que voltaria a Bogotá.
Pela sua proposta, ele e Samper renunciariam e dariam espaço para um governo de união nacional.
Guerrilha
Samper anunciou ontem novas medidas para combater os avanços da guerrilha de esquerda, um dos fatores citados por De la Calle para pedir sua renúncia.
"O governo está consciente da situação da ordem pública", disse Samper. Segundo ele, "apesar de todas as dificuldades", a situação está sob controle.
A principal decisão foi o envio ao Congresso de uma mensagem de urgência pedindo a criação de "bônus de segurança".
Os bônus são um novo título público, de compra obrigatória para pessoas com determinada renda, com o qual o governo espera arrecadar US$ 500 milhões para reequipar as Forças Armadas. A oposição chamou os títulos de "imposto de guerra".
Ele também prometeu um plano social para o sul do país, para tentar resolver o problema dos plantadores de coca, que se negam a abandonar o cultivo.
Nos Departamentos de Santander e Arauca, quatro guerrilheiros e um soldado morreram em choques entre domingo e ontem.

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