São Paulo, terça-feira, 10 de setembro de 1996
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Proálcool; Nem fatalismo, nem euforia; Retrato fiel; Acupuntura; Vilões anônimos; Mau exemplo; Sugestão

Proálcool
"No artigo 'Seriedade para o Proálcool', o deputado Luciano Zica (PT) menciona que falta na oferta e demanda do álcool combustível seriedade na administração.
Apesar do notável esforço da frente parlamentar, está faltando o estabelecimento de uma política governamental para a produção do álcool.
A estagnação da capacidade produtora decorre dos critérios de fixação de preços adotados pelo Ministério da Fazenda.
Desde a safra 85/86 o agricultor da cana-de-açúcar e o industrial do álcool convivem cronicamente com os preços defasados e taxas de juros incompatíveis com a sazonalidade da produção.
O setor sucroalcooleiro paulista registra expressivos ganhos de produtividade de mais de 3% ao ano, durante períodos seguidos.
Em decorrência, as usinas paulistas produzem, atualmente, o açúcar e o álcool com preços e qualidade mais competitivos de todo o mundo.
Com uma capacidade industrial instalada de 16 bilhões de litros (atualmente produz 13), o país poderá fornecer toda a demanda necessária do álcool, dispensando as importações, inclusive do metanol.
A fim de que isso se torne realidade, torna-se indispensável a atribuição de preços justos."
Luiz Gonzaga Bertelli, diretor do Departamento de Infra-estrutura Industrial (Deinfra) da Fiesp/Ciesp -Federação das Indústrias do Estado de São Paulo/Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (São Paulo, SP)

Nem fatalismo, nem euforia
"O trecho final da minha participação no debate promovido pela Folha e reproduzido no caderno Mais! de 25/8 tem se prestado a interpretações não coincidentes com o meu pensamento.
Por esse motivo, esclareço que, a meu ver, a irreversibilidade da globalização como processo objetivo da economia mundial não justifica uma atitude fatalista com relação aos seus efeitos.
Conforme as políticas que adotem, os diferentes países, inclusive aqueles em desenvolvimento, como o Brasil, podem se contrapor aos efeitos profundamente negativos que decorrem do processo de globalização.
O que não significa rejeitar inovações tecnológicas, nem regredir a situações superadas. Diante da globalização, não compartilho do fatalismo, nem da euforia apologética."
Jacob Gorender, historiador (São Paulo, SP)

Retrato fiel
"Em nome dos produtores rurais que representamos, queremos cumprimentar a Folha pelo artigo 'Os agricultores e a fama de caloteiros', da lavra do jornalista Aloysio Biondi (5/9).
O conteúdo reflete rigorosamente o clima vivido pelos produtores rurais que tradicionalmente buscavam apoio no crédito rural para suas atividades."
Antonio Mazurek, diretor-secretário do Sindicato Rural do Distrito Federal (Brasília, DF)

Acupuntura
"Ao contrário do que afirmam os dirigentes da Confederação Nacional de Acupuntura e Terapias Afins ('Painel do Leitor', 1º/9), não são médicos radicais que vêm alertando a população para os riscos envolvidos com o exercício ilegal da medicina.
Além do Conselho Federal de Medicina e da Associação Médica Brasileira, o próprio ministro da Saúde, em documento dirigido ao ministro chefe da Casa Civil, afirma que a acupuntura é prática médica, extensiva a odontólogos e a médicos veterinários.
Segundo o ministro, o exercício dessa atividade por pessoas não-qualificadas põe em risco a integridade sanitária do cidadão.
Argumentam os terapeutas que a criação da nova profissão, de acupunturista, resolveria o problema da carência de serviços de saúde no país. Seus argumentos são insustentáveis, evidenciando uma má-fé que visa confundir a opinião pública. Suas verdadeiras intenções são de natureza mercantilista."
Norton Moritz Carneiro, presidente da Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura (Balneário de Camboriú, SC)

Vilões anônimos
"A reflexão de Otavio Frias Filho (22/8) sobre as gestões de Cesar Maia e Paulo Maluf é uma análise preciosa do marketing político ou da psicologia social.
Nela é dissecado o corpo teórico do 'factóide'. O mais importante é que essa pirotecnia alcança os fins a que se propõe.
Parabéns, Maluf e Maia, vocês encontraram o novo sentido da ação política na era da globalização e do fenecimento das ideologias, elegendo os vilões anônimos e pragmáticos: fumo, cinto, camelô (marreteiros) etc."
Everton N. Jobim (Rio de Janeiro, RJ)

Mau exemplo
"Que tal todos os empregados não comparecerem ao trabalho durante o mês que antecede as eleições de seus sindicatos? Ou então não trabalharmos um mês inteiro, sem tocar no assunto férias, para entrar de corpo e alma nas campanhas de nossos partidos?
Pois esse é o mau exemplo que temos, agora, dos líderes dos partidos e dos parlamentares da Câmara e do Senado!
Quem é que arca com o prejuízo causado pela paralisação do Congresso Nacional?
É o patrão, o povo brasileiro, que continua analfabeto, doente, faminto, miserável, sem-terra, sem emprego, sem moradia, e sem esperança, aguardando as intermináveis discussões e votações de projetos como os de previdência, reforma agrária, renda mínima, dicétirital."
Tereza Rodrigues e Carlito Maia (São Paulo, SP)

Sugestão
"Sugiro que a liderança do Reage São Paulo organize uma campanha para que a população paulistana exija a emissão de notas fiscais como forma de aumentar a arrecadação de ICMS e fornecer, assim, dinheiro para o Estado aparelhar e remunerar melhor a polícia."
Paulo Sérgio Massa (Mirassol, SP)

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