São Paulo, quarta-feira, 11 de setembro de 1996
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Assembléia da ONU aprova acordo para o fim dos testes

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A Assembléia Geral da ONU aprovou ontem por imensa maioria o Tratado Abrangente de Proibição de Testes Nucleares.
O projeto de resolução sobre o tratado, apresentado anteontem pela Austrália, conseguiu 158 votos favoráveis. Três países votaram contra (Butão, Índia e Líbia). Cinco países se abstiveram, e outros 19 não participaram da votação.
O tratado prevê o fim de todas as explosões nucleares. A resolução aprovada apóia o acordo e pede que ele seja "aberto para assinaturas" o mais rapidamente possível.
As cinco potências nucleares declaradas (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido) apóiam o tratado, decidido depois de dois anos e meio de negociações.
Mas, para valer oficialmente, o acordo precisa ser assinado pelos 44 países com potencial nuclear.
Desarmamento
A Índia, um desses países, opõe-se ao projeto por exigir também o desarmamento nuclear juntamente com a proibição das explosões. O país é suspeito de já ter realizado pelo menos um teste.
Para justificar a sua posição, a Índia diz temer um ataque da vizinha China e também do Paquistão.
"Os países com armas nucleares não têm a intenção de desistir delas, nem querem permitir que o tratado se torne um impedimento na busca de uma melhoria das armas", disse o embaixador indiano Prakash Shah.
Os simpatizantes do projeto de veto aos testes disseram que a Índia deve hesitar, mas assinará o acordo nos próximos anos.
Minutos antes da votação, o indiano Arundhati Ghose afirmou: "Eu nunca assinarei esse tratado desigual, nem agora, nem nunca".
O Paquistão, tradicional inimigo da Índia e considerado uma potência nuclear não-declarada, disse que também não vai assinar o tratado se a Índia não o fizer.
O acordo entra em vigor 180 dias depois que todos os 44 países com potencial nuclear o assinarem.

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