São Paulo, quinta-feira, 12 de setembro de 1996
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Presos usam clipe para tentar fuga

DA REPORTAGEM LOCAL

Quatro presos usaram um clipe para tentar fugir enquanto eram transferidos de delegacia em São Paulo. Houve tiroteio e três detentos ficaram feridos.
A ação começou no fim da tarde de anteontem. Um carro do Departamento de Polícia Judiciária da capital apanhou nove presos em três delegacias (92º DP, 37º DP e 34º DP). A última parada era o 27º DP, na rua Demóstenes, no Campo Belo (zona sul).
Lá, seria apanhado mais um preso, Claudionor Bertoldo Santos, 24. Os dez seriam levados ao 8º DP, no Brás (região central). Os dois carcereiros que levavam os detentos estacionaram o carro em frente à delegacia do Campo Belo.
Às 19h30, quando foram colocar Claudionor no compartimento para presos do carro, quatro detentos (dois do 34º DP e dois do 37º DP) saltaram sobre os carcereiros.
Segundo a polícia, Josualdo Carloto Carvalho, 30, deu uma cabeçada no carcereiro Mario Augusto Marecca, 33. O policial caiu, e os presos aproveitaram para apanhar seu revólver calibre 38.
O outro carcereiro, Agenor Cândido da Silva Filho, 43, conseguiu correr para a delegacia. Além de Carvalho, os detentos Sidnei Marcelo Serrano, 19, Antônio Carlos dos Santos, 22, e Jeferson Mendes da Silva, 18, teriam saído do carro.
Eles teriam aberto as algemas usando um clipe como chave. Segundo a polícia, os presos atiraram em direção à delegacia para acertar o carcereiro Silva Filho 43.
Os policiais civis do 27º DP e os PMs do 12º Batalhão, que tem uma de suas companhias sediadas atrás da delegacia, ouviram os disparos e saíram correndo atrás dos quatro fugitivos, fechando o cerco.
Feridos
O tiroteio terminou após alguns minutos. Os quatro presos foram recapturados pelos policiais. Três detentos ficaram feridos -Serrano, Carvalho e Antônio Carlos.
Eles foram para o pronto-socorro do Hospital Jabaquara (zona sul) com ferimentos de balas nas pernas.
Levados de volta ao 27º DP, os três e Silva foram autuados em flagrante sob a acusação de tentativa de fuga, lesão corporal e resistência à prisão.
Segundo o 27º DP, a transferência dos presos foi adiada por causa da confusão, e eles voltaram para as delegacias de onde haviam sido retirados.
O delegado de plantão apreendeu a arma que teria sido usada pelos acusados, um revólver calibre 38, e as armas do mesmo calibre de dois investigadores da Delegacia de Roubo a Bancos, que estavam no local e teriam ajudado na recaptura dos presos.
Laudos
As armas serão enviadas ao Instituto de Criminalística, onde deverá ser feito o exame balístico para determinar de qual arma saíram os tiros que acertaram os detentos.
O laudo balístico só deverá ficar pronto em 15 dias. Uma das algemas abertas com o clipe também foi apreendida.

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