São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996 |
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Petistas Genro e Dutra disputam indicação para 98
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
Genro disse que não aceita ser candidato a vice, o que impossibilitaria a composição da chapa que levou o PT ao seu primeiro mandato em Porto Alegre, em 1988. Genro parte para a disputa tendo sua administração aprovada pela maioria da população da capital, conforme pesquisas do Datafolha. As sondagens indicam que ele está fazendo de Raul Pont seu sucessor. O sucesso do prefeito faz com que seu nome seja lembrado inclusive para concorrer à Presidência. Genro diz que não está se apresentando como candidato ao Planalto e que Luiz Inácio Lula da Silva ainda deve ter a preferência. Dutra também deixou a prefeitura aprovado pela população e fez seu sucessor, o próprio Genro. Atualmente, Dutra é presidente regional do PT, o que lhe possibilita permanente contato com as bases em viagens ao interior. O ex-prefeito evita falar em uma futura disputa com Genro, dizendo que não tem "fixação" por concorrer de novo ao cargo de governador. Petistas próximos a Dutra afirmam, porém, que ele quer encabeçar a chapa na próxima eleição estadual. Genro, que pertence à tendência PT Amplo e Democrático, disse que é preciso "verificar" quem é o candidato de "espectro mais abrangente". Ele é tido como o petista gaúcho de melhor trânsito em áreas alheias ao partido, como o grande empresariado. Para Dutra, da Articulação, tendência mais à "esquerda", o grande diferencial em 1998 será a força do partido, que, na sua avaliação, será maior que em 1994, ano em que ele perdeu a disputa para Antônio Britto (PMDB). Dutra conta com o terceiro mandato consecutivo na capital e com vitórias em importantes cidades do interior, como Caxias do Sul. No seu projeto, ele deverá ter o apoio de Raul Pont. O candidato a vice-prefeito de Porto Alegre na atual eleição, José Fortunati, admitiu que a escolha entre Genro e Dutra será mais uma das "disputas muito fortes" no PT-RS, mas não irá rachar o partido. "Quem perde, assimila e aceita uma composição." Fortunati deseja que a tradição de o vice se tornar prefeito seja mantida, caso o PT chegue mais uma vez à prefeitura. "Não nego que ser prefeito faça parte da minha aspiração. Não sou de esconder o jogo", disse ele, que é mais próximo de Genro que de Dutra. Texto Anterior: Orçamento participativo gera oposição entre candidatos e vereadores em BH Próximo Texto: Biografias Índice |
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