São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996
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Sucessão na Câmara racha liderança de PFL e PMDB

LUCIO VAZ
DENISE MADUEÑO

LUCIO VAZ; DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Inocêncio rejeita acordo de pefelistas para apoiar o peemedebista Temer

A articulação do Planalto pela reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso interferiu na sucessão pela presidência da Câmara e causou rachas entre os principais líderes de PMDB e PFL.
Comprometido com a reeleição de FHC, o líder do PMDB, Michel Temer (SP), obteve apoio do presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), e do líder do governo, Benito Gama (PFL-BA), à sua candidatura na Câmara.
O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), não aceitou o acordo e diz que disputará o cargo. Conta com a eleição do líder do PMDB no Senado, Jader Barbalho (PA), à presidência do Congresso.
Inocêncio afirma que a cúpula do PFL vai apoiar o candidato do PMDB na Câmara somente se garantir, antes, a presidência do Senado. Como aposta na própria candidatura, Inocêncio torce para que não seja vitoriosa a candidatura do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA).
Reeleição e eleição na Câmara e no Senado são interligadas. O PMDB quer espaço privilegiado na reforma ministerial e a presidência da Câmara para apoiar a reeleição.
Ligações
O lançamento da candidatura de Temer e a decisão do senador Gilberto Miranda (AM) de trocar o PMDB pelo PFL provocaram troca de telefonemas e conchavos entre líderes do PMDB e do PFL.
Jader ligou para Inocêncio e disse que mantém a candidatura no Senado, apesar da saída de Miranda do partido. Garantiu que não haverá novas perdas para o PFL.
"Aqui, vou disputar no plenário. Não aceito acordão. Se não for presidente, não aceito compensações", respondeu Inocêncio.
Temer tomou café da manhã com o presidente nacional do PMDB, Paes de Andrade (CE), outro candidato na Câmara. O líder comunicou o acordo com a cúpula do PFL e tentou forjar uma candidatura de unidade no PMDB.
"Não adianta você sonhar que o Inocêncio vai retirar a candidatura. Não vai. E ele é o candidato mais forte hoje", afirmou Paes.
Para Temer, só uma candidatura oficial do PMDB forçaria o PFL a cumprir acordo que elegeu Luís Eduardo em 95 -de que o PMDB presidiria a Câmara desta vez.
Paes e Temer enfrentam ainda disputa com o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos), o nome do Planalto para o posto.

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