São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996
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Policiais civis soltam presos de delegacias

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

Policiais civis em greve por falta de pagamento de salários libertaram ontem todos os presos sem condenação judicial que estavam detidos nas 12 delegacias de Maceió (AL).
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado, José Carlos Fernandes Neto, confirmou a libertação dos presos e justificou a decisão dizendo ser "impossível manter presos sem que existam vigilantes ou alimentos".
A reportagem da Agência Folha foi às delegacias de Roubos e Furtos e ao 9º Distrito Policial. Todas as celas estavam abertas.
A decisão dos policiais irritou o secretário da Segurança, coronel José Amaral, que não quis comentar o fato.
Ele se limitou a dizer que reconhece que os policiais estão "famintos" e implorou para que seja respeitada a Constituição, que prevê a manutenção dos trabalhos em serviços essenciais por pelo menos 30% do efetivo.
"Estamos no caos, mas serei o último a abandonar o posto", disse Amaral, que é coronel reformado do Exército.
A falta de policiais nas ruas provocou um aumento da criminalidade no Estado. Esta semana, já foram assaltadas cinco agências bancárias no Estado, oito postos de gasolina e várias estabelecimentos comerciais.
Um atentado ocorreu anteontem na agência de viagens de Mônica Suruagy, filha do governador Divaldo Suruagy (PMDB). Houve tentativa de incendiar o prédio. Foi ateado fogo a uma porta lateral.
A polícia ainda não tem pistas dos autores de oito atentados a prédios públicos registrados no Estado nos últimos 30 dias.
Ainda anteontem, funcionários depredaram os banheiros da Secretaria da Fazenda e quebraram vários vidros do prédio.
Ontem, 12 homens armados e mascarados levaram R$ 121 mil do Banco do Brasil de São Luiz do Quitunde.
O assalto mais audacioso do dia aconteceu no centro comercial. Três homens a pé roubaram R$ 500 e vários talões de cheque da loja AGM Geodésica e fugiram andando, como pedestres comuns.
O IML (Instituto Médico Legal) está só recebendo corpos. Deixou de expedir atestados de óbito e outras certidões.
(AC)

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