São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996
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Governador assina acordo com Planalto

ALEX RIBEIRO

DANIELA PINHEIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador de Alagoas, Divaldo Suruagy (PMDB), assinou ontem um acordo com o governo federal e deve receber hoje empréstimo de R$ 65 milhões de uma linha de financiamento da CEF (Caixa Econômica Federal).
O dinheiro será suficiente para pagar os salários atrasados do funcionalismo de abril e maio, segundo o secretário da Fazenda de Alagoas, José Pereira de Sousa.
O Estado deverá ainda receber, em uma segunda etapa, R$ 60 milhões de uma outra linha de crédito da CEF para colocar em prática um programa de demissões voluntárias.
Anteontem, Suruagy ameaçou recusar os R$ 65 milhões negociados na semana passada com os ministros da Fazenda, Pedro Malan, e da Justiça, Nelson Jobim, e com o secretário-geral da Presidência da República, Eduardo Jorge Caldas.
Mas ontem de manhã, depois de uma visita ao Palácio do Planalto, o governador já havia decidido aceitar os termos do acordo.
O governo federal fechou a negociação com Alagoas para evitar intervenção no Estado. Suruagy alegou que precisaria de mais R$ 120 milhões para quitar as folhas de pagamento de junho a agosto.
Demissões
Pelo acordo fechado ontem com Malan, a liberação do dinheiro para pagar os salários atrasados será vinculada à implantação do programa de demissões voluntárias.
A expectativa de Suruagy é que pelo menos 20 mil funcionários participem do programa.
Eles receberiam os salários atrasados, as parcelas do 13º e os demais benefícios a que têm direito.
O governador entende que os servidores ficarão atraídos pela oferta, já que não recebem vencimentos há mais de cinco meses.
Em sua avaliação, se confirmado esse número de demissões voluntárias, é possível evitar o ajuste fiscal, pois haverá uma economia satisfatória na folha de pagamento.
O governo federal vai financiar os salários atrasados apenas dos funcionários que entrarem no programa de demissões. Os demais deverão ter o salário pago com recursos do próprio Estado.
O governo federal também vinculou o alongamento do prazo de R$ 70 milhões em dívidas com operações de ARO (Antecipação de Receita Orçamentária) ao cumprimento de metas dos programas de demissões e de privatização.
Alagoas ofereceu ações da companhia energética do Estado, a Ceal, como garantia para o empréstimo de R$ 65 milhões.
A crise financeira no Estado teve início em fevereiro de 95, segundo mês do governo de Suruagy.
Sancionada por seu vice, Manoel Gomes de Barros (PTB), a lei 5.666 provocou a elevação da folha salarial de R$ 27 milhões para R$ 42 milhões ao beneficiar cerca de 2.000 funcionários.
Desde a edição dessa lei, o governo tem acumulado atrasos na folha salarial.

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