São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996
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REPERCUSSÃO

Mário Covas, 66, governador do Estado de São Paulo - "O governo Geisel marcou o início do processo de abertura política. Como membro da oposição, fiz muitas críticas a ele e ao seu governo. Mas não dá para negar que foi uma figura importante. Lamento sua morte."

Paulo Maluf, 65, prefeito de São Paulo - "Ernesto Geisel foi um presidente sereno, que manteve o país em ordem num momento difícil da nossa história, quando do choque do petróleo, em 1976, quando o petróleo subiu de US$ 2 o barril, em média, para US$ 14. Foi o homem que começou a abertura democrática no Brasil e um presidente que merece o nosso respeito."

José Sarney, 66, senador (PMDB-AP), presidente do Congresso e ex-senador da Arena, no governo Geisel - "Ele conduziu o país em um momento muito difícil, abrindo caminhos, muitas vezes tendo que cometer erros políticos, mas sem dúvida conseguindo esse respeito com que agora desaparece do país. Como homem de formação militar, suas decisões eram muito cartesianas. Ele tinha um objetivo a atingir. Para isso, teve que enfrentar obstáculos muito grandes. Naquela época, parecia um erro político, mas os resultados chegaram. Enfrentou o problema da tortura e colocou o próprio mandato em risco."

Luís Eduardo Magalhães, 41, deputado (PFL-BA) e presidente da Câmara - "Todos os brasileiros têm uma profunda admiração por Geisel, pela forma com que exerceu a Presidência, por seu papel no processo de democratização. Não tenho dúvidas de que o Brasil perdeu um dos maiores homens públicos de sua história recente."

Francelino Pereira, 75, senador (PFL-MG) e ex-presidente da Arena - "Recordo-me quando conversou comigo para eu assumir a presidência da Arena. Perguntei para onde o Brasil caminharia. Ele disse: 'Pode assumir a presidência do partido, porque você e eu vamos terminar nossos mandatos com o regime de exceção terminado'. Sem ele, talvez o regime de exceção tivesse se prolongado."

Nelson Jobim, 50, ministro da Justiça - "O presidente Geisel foi um homem íntegro, com convicções políticas bastante claras. Ele foi fundamental para o processo de redemocratização do país."

Antonio Carlos Magalhães, senador (PFL-BA), presidente da Eletrobrás no governo Geisel - "Era um exemplo de dignidade e de patriota no exercício de todas as funções que o destino lhe reservou, sobretudo na Presidência. Nunca ninguém levantou qualquer suspeita sobre sua honestidade e espírito de decisão. Deve-se muito a ele a abertura democrática."

Vicente Paulo da Silva, 40, presidente da Central Única dos Trabalhadores - "Tinha divergências com Geisel por ele ter sido um presidente fruto e instrumento da ditadura. Não posso desconhecer que era uma pessoa íntegra. Reconheceu, quando começou a introduzir mudanças para o fim da ditadura, as pressões da sociedade"

José Dirceu, 50, presidente nacional do PT: "Era um autoritário convicto. Prolongou o quanto pôde a ditadura e seu modelo econômico. Ainda deixou como herança o Figueiredo e o acordo nuclear."

Antonio Ermírio de Moraes, 68, empresário - "Eu fui muito crítico em relação ao regime militar, mas Geisel tinha uma dinâmica na pátria e na família. Discordei dele em pontos econômicos, mas ele sempre me respeitou. Ele teve a honradez de iniciar a abertura."

Roberto Campos, 79, deputado federal (PPB-RJ): "Geisel foi uma figura muito importante na vida brasileira. Divergia dele em vários pontos, notadamente no tocante ao monopólio do petróleo".

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