São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996 |
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Júri condena rapaz que matou os pais
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
A pena inicial previa 19 anos para cada uma das duas mortes e mais cinco anos por estelionato, o que totalizaria 43 anos de reclusão. A defensora pública (advogada nomeada pelo Estado) Maria de Fátima Zachia Paludo conseguiu reduzir a pena em um terço, com a apresentação de um laudo psiquiátrico que indica que o rapaz era "semi-responsável" na época do crime, outubro de 1994. Ele não teria capacidade de entender o caráter ilícito do que fazia. Quando foi ouvido pela polícia, há cerca de dois anos, Carlos Alberto confessou o crime, dando detalhes de como teria degolado o pai, Carlos Corrêa Oliveira -presidente da Companhia Vinícola Riograndense -e a mãe, Nilza. No início do júri, ele negou a autoria das mortes. Já tinham sido condenados por envolvimento no caso dois amigos de Carlos Alberto, o ex-PM Luciano Jarczewski e Raul Tito Mônaco. Eles pegaram, respectivamente, 28 anos e 24 anos de prisão. A defensora pública disse que vai recorrer da decisão, na tentativa de reduzir a pena aplicada a Carlos Alberto pela juíza Elba Bastos. Segundo a advogada, houve "exasperação" na dosagem da pena, embora "o grande público ache que a pena foi baixa". O promotor de acusação, Roberto Bandeira Pereira, também poderá recorrer. O promotor usou um vídeo com entrevistas do rapaz confessando o crime. Carlos Alberto Oliveira está preso há dois anos na Pasc (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas). A condenação prevê o cumprimento da pena em regime fechado devido ao fato de o crime ser considerado hediondo. Após completar dois terços da pena, ele terá direito a pedir livramento condicional. O júri, que durou cerca de 18 horas, foi interrompido logo depois de iniciado, devido a uma ameaça de bomba, comunicada por telefonema anônimo. A segurança do fórum nada encontrou. Texto Anterior: Coincidência; Vange responde; Perguntar não ofende Próximo Texto: Pai descobriu que estava sendo lesado pelo filho Índice |
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