São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996
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OMC se opõe a restrições comerciais

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio, Renato Ruggiero, se disse ontem contrário à aplicação de restrições comerciais a produtos fabricados por crianças, trabalhadores forçados ou mal remunerados.
Com a declaração, Ruggiero se alinhou à posição do governo brasileiro, que não quer a aprovação da chamada cláusula social na organização.
"É necessário reconhecer que a OIT (Organização Internacional do Trabalho) tem a responsabilidade sobre questões ligadas ao trabalho", considerou Ruggiero, depois de reunião com o ministro Luiz Felipe Lampreia (Relações Exteriores).
"Todo mundo, e incluo os países industrializados, diz que as restrições ao comércio não podem ser discutidas agora. Não se pode colocar em questão a vantagem comparativa dos países que pagam menores salários", completou o dirigente.
'Protecionismo disfarçado'
A cláusula social é uma proposta dos Estados Unidos, França e Noruega. O tema conta com a reprovação do Reino Unido, Alemanha, Japão e do Brasil.
Segundo o ministro brasileiro das Relações Exteriores, trata-se da adoção de "protecionismo disfarçado" para produtos de países industrializados.
Embora não interfira diretamente nas decisões da organização que dirige, Ruggiero está no Brasil em busca de entendimentos sobre temas que devem gerar polêmica na próxima reunião da Organização Mundial do Comércio, marcada para dezembro em Cingapura, na Ásia.

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