São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996
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Fortes saídas de dólar elevam o comercial

JOSÉ CARLOS VIDEIRA
DA REDAÇÃO

Faltaram dólares para atender à demanda ontem. Fortes movimentos de saídas financeiras voltaram a pressionar para cima o mercado de câmbio.
Vencimentos de títulos externos e pagamentos de dividendos contribuíram para enxugar os dólares do mercado.
Para se avaliar a falta de moeda, até as 17h30 ainda havia bancos à procura das "verdinhas".
Mesmo diante das pressões de preço, o Banco Central (BC) não chegou a atuar, nem comprando nem vendendo divisas.
O dólar comercial chegou a ser negociado a R$ 1,0215, recuando para a média de R$ 1,0208. A taxa média de venda apurada pelo BC ficou em R$ 1,0197.
No mercado flutuante a cotação alcançou R$ 1,0237 ao longo do dia, fechando a R$ 1,0235.
O déficit de US$ 291 milhões da balança comercial de agosto foi bem assimilado pelo mercado.
O número ficou em linha com as estimativas das mesas de câmbio, que esperavam algo entre US$ 250 milhões e US$ 300 milhões.
O movimento de alta ontem refletiu apenas aspectos de liquidez e não fatores conjunturais. Tanto que, na BM&F, os contratos futuros de taxa de câmbio recuaram em todos os meses negociados.
Apesar de o governo reforçar a posição de que as políticas cambial e monetária seguem caminhos distintos, há quem acredite que o tamanho das desvalorizações do real em relação ao dólar começará a diminuir.
Com juros e inflação em queda não há motivo para o câmbio subir tanto, afirmam alguns operadores.
Bolsas
O mercado de ações doméstico continuou atento ao movimento externo, mas de olho também nas votações do Congresso Nacional.
Lá fora, o cenário foi positivo, com os números de inflação no atacado nos EUA ficando abaixo das expectativas.
A taxa de juro dos títulos dos EUA de 30 anos recuou para 7,07%, e o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, subiu 0,30%.
No cenário interno, o governo aprovou tudo o que precisava, incluindo a isenção do ICMS nas exportações.
Resultado: a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechou em alta. O Ibovespa acumula valorização de 2,1% no mês.

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