São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996
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'Apagón' deixa Buenos Aires às escuras

DANIEL BRAMATTI
DE BUENOS AIRES

O "apagón" (blecaute) de protesto contra a política econômica do governo argentino, convocado pela oposição, deixou Buenos Aires (a capital do país) às escuras ontem à noite.
O protesto começou às 20h e durou mais do que os cinco minutos previstos. Desde as 19h30, emissoras de TV já mostravam edifícios às escuras em diferentes pontos da capital.
Pouco antes das 20h, comerciantes começaram a fechar as lojas das principais avenidas de Buenos Aires. Manifestantes se concentraram nas calçadas e promoveram um "panelaço".
Os motoristas de ônibus, táxis e carros particulares aderiram ao protesto com um "buzinaço" ensurdecedor.
Na avenida Santa Fé, uma das mais movimentadas de Buenos Aires, poucas lojas permaneceram abertas. Na esquina da avenida Scalabrini Ortiz, centenas de manifestantes invadiram a rua e interromperam o trânsito.
Os líderes dos partidos de oposição Frepaso (Frente País Solidário) e UCR (União Cívica Radical) se concentraram na esquina das avenidas Boedo e San Juan, um dos pontos mais tradicionais da capital.
"É impressionante. Não consigo nem falar", disse o líder da Frepaso, Carlos "Chacho" Álvarez, cercado por grande número de ruidosos manifestantes.
Um alerta do governo sobre possíveis danos às redes elétricas, que poderiam sofrer com a queda abrupta da demanda de energia, acabou contribuindo para o sucesso do protesto.
Em vários edifícios, os síndicos e porteiros se encarregaram de desligar todas as chaves de energia elétrica para evitar eventuais estragos em eletrodomésticos e nos elevadores.

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