São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996 |
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Paulista-97 promete pôr fim ao 'vício' da barreira
MARCELO DAMATO
Depois do tempo técnico, criado em 95, e das sete bolas em jogo, introduzidas em 96, essa será a novidade da próxima competição, promete o presidente da FPF, Eduardo José Farah. A medida surpreendeu os jogadores. A barreira não existe nas regras do futebol. Mas é praxe os árbitros darem tempo para o time atacado montar esse obstáculo. No Paulista-97, os juízes não vão mais esperar por isso. Vão apenas evitar que os jogadores fiquem a menos de 9,15 m da bola. Aos que ficarem mais perto, a recomendação é mostrar cartão amarelo. "A idéia é ótima, mas amarelo é pouco. Para acabar com um vício, como a barreira, teria que ser cartão vermelho direto. Tem que ser exemplar", afirmou o ex-árbitro José Roberto Wright, que faz parte do quadro de instrutores da Fifa. A maneira de pôr fim a esse "vício" será um dos principais assuntos que os juízes vão tratar na pré-temporada de 97. Pela primeira vez, esse treinamento vai acontecer num hotel. O goleiro Edinho, do Santos, preocupa-se com a aplicação dessa recomendação. "É claro que os batedores vão levar alguma vantagem. Mas a isso a gente se adapta. O importante é que todos os juízes ajam do mesmo jeito. Não pode ser como a lei do sobrepasso, que uns aplicam e outros não." No Paulista-96, Edinho foi punido com um sobrepasso. O meia Djalminha, que ontem jogaria pela seleção paulista, levou um susto: "Como, não vai ter barreira? Acho que vai ser bom. Sem nada na frente é melhor." A experiência, no sentido estrito, não impede ninguém de ficar entre a bola e o gol, mas vai evitar que se forme uma parede humana, como hoje em dia. Um amigo de Farah disse à Folha que a modificação nasceu de um pedido do presidente da Fifa, João Havelange, num jantar nos EUA, durante a Olimpíada. Mas o dirigente paulista sustenta que essa idéia foi dele. "Ele não teve nada a ver com isso." Texto Anterior: Meia liberdade Próximo Texto: Anteontem Índice |
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