São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996
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Médico estrangeiro deve assistir Ieltsin

Pioneiro em ponte de safena pode acompanhar cirurgia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Especialistas estrangeiros vão acompanhar a cirurgia cardíaca do presidente da Rússia, Boris Ieltsin, que será marcada no final do mês.
O presidente se consultou ontem com seus médicos para fazer uma avaliação geral de seu estado.
A operação inicialmente estava prevista para setembro, mas deve acontecer depois disso. Os médicos decidirão a data entre os dias 27 e 29 deste mês.
Ieltsin, que reduziu o ritmo de trabalho devido a seus problemas cardíacos, deve se submeter a uma operação denominada anastomose -para implantação de uma ponte de safena, por exemplo.
A emissora NTV disse que o norte-americano Michel DeBakey, 85, do Texas, deve ser chamado. A agência "Interfax" disse que um cardiologista alemão também participará da operação.
DeBakey disse que, até ontem, não tinha sido convidado para participar, nem como assistente nem como cirurgião. Ele faz palestra em Moscou este mês.
O médico norte-americano, que em 1964 fez a primeira anastomose bem-sucedida, disse que o Instituto Cardiológico de Moscou, que assiste o presidente Ieltsin, é "um hospital muito bom".
A clínica é dirigida por Ievgueni Tchazov, que foi o médico particular dos líderes soviéticos Leonid Brejnev, Iuri Andropov, Konstantin Tchernenko e também de Mikhail Gorbatchov.
Botão nuclear
O Kremlin, sede do governo, anunciou ontem que Ieltsin cogita entregar o controle do armamento nuclear russo durante a operação.
Segundo o porta-voz governamental Serguei Istrajembski, "se a decisão for adotada, todo o mundo será informado".
Ele disse que os controles seriam entregues por pouco tempo. Não revelou quem deve recebê-los.
O líder neocomunista Guennadi Ziuganov disse que o primeiro-ministro Viktor Tchernomirdin deve assumir o comando do país durante a internação de Ieltsin, para "evitar que alguém aproveite para tomar o poder".
Ziuganov disse que Ieltsin pode ter entregue a maleta que contém os comandos nuclear ao chanceler alemão, Helmut Kohl, de quem é amigo. O chanceler esteve na Rússia no último fim-de-semana.

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