São Paulo, sexta-feira, 13 de setembro de 1996
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Estudo liga depressão e suicídio à baixa de colesterol no sangue

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Níveis baixos de colesterol no sangue podem provocar depressão e, consequentemente, levar ao suicídio, segundo dois estudos publicados no "British Medical Journal" (BMJ), revista da Associação Médica Britânica.
O colesterol é uma substância presente no organismo, sintetizada pelo fígado e por outros órgãos, e em gorduras de origem animal. O excesso de um tipo de colesterol pode se depositar na parede dos vasos sanguíneos e provocar aterosclerose e doenças cardíacas.
Num dos trabalhos, o médico Mahmud Zureik, do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica de Paris, monitorou durante 17 anos o nível de colesterol no sangue de cerca de 6.000 homens.
Zureik verificou que 32 desses homens se suicidaram. O risco de suicídio foi mais alto entre os que tinham baixo teor de colesterol ou que tiveram redução da substância no sangue no período estudado.
Em outro estudo no "BMJ", a médica Barbara Ploeckinger, da Universidade de Viena (Áustria), observou o caso de 20 grávidas.
Segundo Ploeckinger, o registro da súbita queda do nível de gordura no sangue depois do parto pode ser um indicador da relação entre o colesterol e o humor das mães.
A cientista descobriu uma "significativa correlação entre baixa de colesterol e depressão pós-parto".
No entanto, ambos os estudos observam que não pode ser eliminada a possibilidade de que outros fatores tenham influenciado os resultados. A relação entre colesterol, suicídio e depressão ainda estaria aberta ao debate, escreveram os pesquisadores.
Estudos publicados no ano passado também pela "BMJ" já haviam relacionado o colesterol ao suicídio. Todos esses trabalhos, no entanto, ainda não foram aprofundados em pesquisas do processo bioquímico pelo qual o colesterol provoca a depressão.

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