São Paulo, sábado, 14 de setembro de 1996
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Pedido o bloqueio dos bens de Quércia

Ação é política, diz ex-governador

NELSON ROCCO
DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério Público do Estado de São Paulo pediu ontem que os bens do ex-governador paulista Orestes Quércia (1987-1991) sejam bloqueados pela 1ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo.
A ação também pede a indisponibilidade dos bens de Eduardo Maia de Castro Ferraz, ex-presidente do Baneser S/A Serviços Técnicos e Administrativos.
O procurador de Justiça do Ministério Público, Airton Florentino de Barros, 41, disse que sua ação pretende evitar que o ex-governador e o ex-presidente do Baneser vendam seus bens até que o processo sobre o Baneser seja concluído.
Quércia e Ferraz são apontados como réus na ação civil pública que pede o ressarcimento dos prejuízos causados ao patrimônio público pela contratação de 7.000 funcionários sem concurso pelo Baneser na administração de Ferraz, ocorrida durante o governo de Quércia.
Segundo Barros, os prejuízos que contam do processo sobre o Baneser são de R$ 100 milhões. "Mas esse valor é histórico e depende de perícia a ser realizada para que seja atualizado."
"Quércia não foi encontrado em dois endereços para ser citado no processo", disse o procurador.
Venda
Segundo Barros, a imprensa tem noticiado que o ex-governador paulista está se desfazendo dos bens. Nesta semana, Quércia vendeu o jornal "Diário do Povo", de Campinas (99 km a noroeste de São Paulo) para o grupo que edita o jornal "Correio Popular", também de Campinas, por US$ 10 milhões.
Orestes Quércia disse à Folha que ainda não foi intimado no processo e que seu escritório fica na rua Atlântica, 301, em São Paulo. "Eles não têm razão para dizer que não me encontraram."
"Essa gente faz política ao invés de fazer justiça. É só para aparecer nos jornais", disse o ex-governador sobre a ação.

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