São Paulo, sábado, 14 de setembro de 1996 |
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Iraque recua, mas EUA mantêm pressão
CARLOS EDUARDO LINS DA SILVA
O Conselho do Comando Revolucionário do Iraque disse ter tomado sua decisão a pedido da Rússia. O porta-voz do presidente Bill Clinton respondeu que os EUA vão examinar "as ações, não as declarações de Bagdá". Mais 5.000 soldados do Exército com tanques e carros blindados vão seguir dos EUA para o Kuait. Ontem, 18 jatos F-16 voaram para a Arábia Saudita. O secretário da Defesa, William Perry, segue hoje para Arábia Saudita, Turquia e Kuait. Qualquer ação militar dos EUA só deve ocorrer em meados da semana que vem, quando todos os aviões, porta-aviões e unidades antimísseis dos EUA enviados para a região do golfo estiverem preparados, e as consultas americanas com seus aliados, concluídas. A Arábia Saudita e a Turquia, antigos parceiros dos EUA, têm se negado nas últimas semanas a autorizar o uso de seu território ou espaço aéreo pelos EUA para ações militares contra o Iraque. Perry vai tentar convencer os governos dos dois países que é do interesse deles manter o regime de Saddam Hussein na posição militar mais fraca possível. O embaixador da Turquia em Washington, Nunzhet Kandemir, disse ontem que as diferenças entre EUA e Iraque devem ser resolvidas pelos canais diplomáticos. Mas a Turquia concordou em ajudar os EUA a resgatar cerca de 2.000 curdos que trabalhavam para os norte-americanos e estão na região norte do Iraque ocupada por aliados de Saddam. O Iraque disse estar dando tempo para que Rússia e outras nações amigas tentem contornar a crise iniciada com a ocupação há duas semanas da cidade curda de Arbil por tropas do Iraque e seus aliados. Os EUA responderam a essa invasão com dois ataques com mísseis contra bases da defesa antiaérea iraquiana. O presidente Saddam Hussein reagiu com o anúncio de que seus militares não respeitariam mais as zonas de exclusão aérea impostas ao Iraque pelos EUA, Reino Unido e França. A defesa antiaérea iraquiana disparou mísseis contra aviões dos EUA, sem ter atingido nenhum deles. Os EUA despacharam aviões e porta-aviões para o golfo Pérsico e anunciaram esta semana uma "resposta desproporcional às provocações iraquianas". O Pentágono, comando das Forças Armadas dos EUA, disse que, se o Iraque parar de disparar mísseis contra aviões americanos, "ajudará a aliviar as tensões". Próximo Texto: Bagdá 'vai ao telhado' ver ataques Índice |
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