São Paulo, domingo, 15 de setembro de 1996
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Especialista diz que problema é político

DA REPORTAGEM LOCAL

Mário Pochmann, 34, professor do Instituto de Economia e diretor-adjunto do Cesit (Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho), da Unicamp, diz que o problema do desemprego no Brasil não é técnico.
Para ele, a questão é "meramente política".
O professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) afirma que está otimista do ponto de vista técnico quanto à melhoria do quadro do emprego no Brasil.
Mas diz que é pessimista quando analisa o quadro de um outro ponto de vista: o político.
"Não há vontade política de resolver o problema, porque cada medida que ajudaria a solucionar a questão é fruto de uma disputa política", diz o professor da Unicamp.
Políticas ativas
Mário Pochmann sugere uma série de medidas práticas que poderiam ser adotadas com o objetivo de amenizar o desemprego, se não for possível resolver o problema: reforma agrária, reforma tributária e a retomada dos investimentos em infra-estrutura.
Para ele, o governo deveria agir em duas frentes, adotando políticas ativas com relação à questão do desemprego.
Dessas medidas ativas fazem parte a reforma agrária e a reforma tributária, com o objetivo de diminuir a concentração de renda no país.
O governo também deveria adotar políticas compensatórias, que não necessariamente gerariam mais postos de trabalho, mas que acabariam colaborando para sustentar o nível de emprego.
Além de ajudar a manter a quantidade de ocupações, elas colaborariam para melhorar a qualidade do emprego.
Agência
Entre as políticas compensatórias, Pochmann destaca o contrato coletivo de trabalho e a implantação de uma agência pública de emprego.
O órgão atuaria fazendo a intermediação da colocação de mão-de-obra.
A agência governamental também se responsabilizaria pela formação e qualificação profissional e pelo pagamento de benefícios aos desempregados do país.

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