São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 1996
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Pobreza no país impressiona alemães

PAULO SILVA PINTO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A pobreza e os desníveis sociais são o pior aspecto do Brasil para os alemães. É o que revela uma pesquisa encomendada pelo Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores), divulgada ontem.
Em perguntas induzidas, 55% dos 1.250 entrevistados apontaram a pobreza como o aspecto negativo mais importante do país.
O segundo aspecto é uma derivação do primeiro: crianças de rua, com 11% das respostas. O governo e os crimes (incluindo prostituição) empatam em 10%.
A destruição da natureza aparece em seguida, com 8%. A economia teve 6% das respostas.
A pesquisa, realizada pelo instituto Contest Census, tem margem de erro de 3%. A amostra foi ponderada de acordo com os estratos sociais e econômicos de toda a população alemã.
O diplomata Waldemar Carneiro Lima, responsável pela pesquisa, recusou-se a revelar seu custo. A Alemanha foi escolhida porque é o maior parceiro comercial do Brasil na Europa. Em todo o mundo, fica atrás dos EUA e Argentina.
Em associação espontânea de idéias com o país, natureza e turismo aparecem em primeiro lugar, com 69% das respostas. Problemas sociais foram mencionados por 28% das pessoas, e esportes, por 12%.
O Rio de Janeiro é a cidade mais associada ao país: 65% dos entrevistados mencionam a cidade espontaneamente -Brasília foi lembrada por 25%, e São Paulo, por 18%.
Entre os entrevistados que já estiveram no Brasil, 88% gostariam de voltar. Dos que nunca estiveram, 59% querem conhecer.
Foi realizada também uma pesquisa qualitativa, com 600 pessoas, entre parlamentares, formadores de opinião, executivos de empresas que têm negócios no Brasil e de firmas que não têm relacionamento com o país.
Os executivos de empresas que atuam no Brasil têm uma idéia melhor do país do que os outros. Para 83% deles a economia melhorou nos últimos anos, contra 69% dos que estão fora do mercado brasileiro.
Mas 32% desses executivos apontaram a economia brasileira como o pior aspecto do país, contra 15% dos não atuam no Brasil e 8% dos parlamentares e formadores de opinião.
Waldemar Carneiro Lima considerou o resultado "positivo" e disse que ele poderá orientar campanhas de divulgação do Brasil no exterior. Em 97, serão feitas pesquisas em outros países.
(PSP)

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