São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 1996
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SP pode recorrer ao programa de socorro a bancos estaduais

Covas admite ajuda, mas não diz se venderá o banco

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), disse ontem que o Banespa poderá recorrer ao programa de ajuda a bancos estaduais, mas sem deixar claro se pretende vender o banco.
Pelo programa, a União pode renegociar 100% da dívida do Estado junto ao banco (R$ 19 bilhões) se o Banespa for privatizado. Covas não disse se pretende obter ajuda integral do governo -sem privatização, só seria refinanciada metade da dívida. Disse apenas que gostaria de manter o Banespa.
"Pelo menos uma coisa na vida tem que valer para todos", disse Covas sobre as regras da medida provisória que criou o socorro aos bancos estaduais.
Covas criticou o tratamento diferenciado dado pelo governo federal aos bancos com problemas financeiros. O governador comparou a falta de solução para o Banespa -sob intervenção do Banco Central desde o fim de 1994- com as operações montadas para salvar os bancos Nacional e Econômico.
"A operação do Nacional custou R$ 7 bilhões (foram, na verdade, R$ 5,9 bilhões). A do Econômico, outros tantos bilhões. Nós queríamos pagar R$ 7,5 bilhões e negociar outros R$ 7,5 bilhões e não conseguimos", disse Covas.
Ele se referiu à proposta aprovada em maio passado pelo Senado. O acordo não foi implantado, pois, quando foi concluído, o débito do governo paulista junto ao banco havia crescido R$ 3 bilhões.
Moratória
O porta-voz da Presidência, Sergio Amaral, negou que haja um movimento dos governadores para articular uma moratória das dívidas dos Estados junto à União.
Segundo ele, o governador do Rio, Marcello Alencar, já esclareceu "esse equívoco".
Covas também disse que não reivindica moratória. "Estamos escutando as conversas dos outros governadores. A regra que for fixada para um Estado tem que ser fixada para os outros", afirmou.
Segundo Amaral, "o que está sendo feito é uma articulação do governo federal para prestar aos governadores, que desejam aprofundar o seu processo de reestruturação, o apoio financeiro necessário", disse Amaral. Ele ressaltou que "a ajuda está pronta para ser concedida" a todos os Estados.

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