São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 1996 |
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Erundina defende greve em serviços essenciais Petista discute com motorista de ônibus em visita a garagem EMANUEL NERI
A afirmação foi feita em visita, durante a madrugada, à garagem da Viação Taboão, no bairro da Saúde (zona sul). A petista disse que seu programa de governo prevê direito de greve em setores essenciais, como o de transportes. Isso integra a proposta de contrato coletivo que regulamenta o direito de greve. Segundo a petista, o projeto de contrato coletivo propõe que a greve, inclusive nos chamados serviços essenciais, seja regulamentada pelos próprios setores envolvidos. "A proposta foi construída por lideranças sindicais." "As regras (da greve) e os limites dela devem ser discutidas com o próprio sindicato, que se auto-regula", disse. "Mesmo em possíveis paralisações em serviços essenciais vamos ter espaço de diálogo e de entendimento." Segundo Erundina, sua proposta também inclui a presença de representantes da população e de usuários dos serviços essenciais na discussão da auto-regulamentação dessas paralisações. As declarações foram feitas depois de a candidata discutir com um motorista de ônibus que reclamava da reação dela a uma greve de ônibus em 92. "A senhora disse que iria às últimas consequências contra a nossa greve. Eu também vou às últimas consequências e não voto na senhora", disse Edmilson Pereira da Silva. "Se a categoria tivesse vergonha não votava na senhora." "Você está muito exaltado a essa hora da manhã", respondeu Erundina. "O voto é democrático e você vota em quem quiser." O motorista fazia referência a uma greve que durou nove dias, no último ano da petista na prefeitura. A crítica desse motorista foi uma exceção na visita de Erundina. Ela chegou à garagem da Viação Taboão às 4h15 -com 45 minutos de atraso. A grande maioria dos motoristas e cobradores se aproximou dela e prometeu seus votos. Não é a primeira vez que Erundina é alvo de críticas de motoristas. Na semana passada, em uma garagem da zona leste, ela também foi criticada. "A greve era em um serviço público, e eu tive que tomar uma decisão enérgica. Tinha que garantir o serviço", afirmou. Texto Anterior: As armas em questão Próximo Texto: Dívida de campanha supera R$ 1 mi Índice |
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