São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 1996
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Após 1 mês, Reage SP só obtém promessa

DA REPORTAGEM LOCAL

O movimento Reage São Paulo completa hoje um mês e só obteve promessas dos governantes. A avaliação é de Albertina Dias Café e Alves, coordenadora do movimento.
Criado após uma série de crimes cruéis na cidade de São Paulo no mês passado, o movimento está preparando uma pauta de reivindicações que será apresentada às autoridades, como o governador Mário Covas.
Entre os pedidos vão estar o aumento do policiamento e a aprovação pelo Senado do projeto de lei que transforma em crime o porte ilegal de arma.
Atualmente, o porte é uma contravenção. Quem é pego com arma ilegal paga fiança e responde ao processo em liberdade.
Albertina disse que não sentiu mudanças após um mês de atividade do Reage São Paulo. "Eu senti, sim, que eles (autoridades) estão incomodados. Eles estão assustados, porque não estão habituados a ser cobrados", disse.
"Respeito qualquer manifestação da sociedade, mas não cabe a mim fazer avaliação sobre a atuação do movimento", afirmou José Afonso da Silva, secretário da Segurança, por meio de sua assessoria de imprensa.
Promessas
O governador Mário Covas anunciou a contratação de 5.000 policiais militares nos próximos seis meses -2.660 dos quais até o final do ano. Ao mesmo tempo, o governo decidiu facilitar a admissão de candidatos na PM paulista.
Atualmente, essa corporação tem 12 mil vagas. A PM não consegue preenchê-las porque a maioria dos candidatos que as procura é reprovada nos exames das escolas de soldados.
A Secretaria da Segurança Pública afirma ter conseguido diminuir 17% o número de homicídios na capital do Estado, comparando o primeiro com o segundo trimestre deste ano.
Desde a criação do movimento, a média de homicídios dos cinco finais de semana (42,4) caiu 15,5% em comparação aos cinco fins-de-semana anteriores (50,2). A média de 42,4 é, porém, superior à registrada no mês de junho (38,7).
Polícia Federal
Após a criação do movimento, a PF (Polícia Federal) passou a fazer operações com as polícias estaduais e o governo federal. Por meio do Ministério da Justiça, enviou 200 agentes para São Paulo na semana passada a fim de combater o tráfico de drogas e de armas.

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