São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 1996
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Centro-sul teve aumento de 2,7% na desnutrição

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento de 2,7% no número de crianças desnutridas verificado no centro-sul do país não foi considerado preocupante, segundo Carlos Augusto Monteiro, consultor de nutrição da pesquisa.
"Na verdade, não houve aumento e sim uma estabilização do número de crianças com baixo peso", afirmou Monteiro.
Ele explica que a taxa de desnutrição considerada aceitável internacionalmente é de 2% das crianças menores de 5 anos.
"Como no centro-sul os índices de desnutrição estão na casa dos 3%, fica mais difícil conseguir reduções significativas. Poderia ter havido uma queda, mas ela teria sido pequena."
Bebês desnutridos
O número de crianças que nascem desnutridas (com menos de 2,5 kg) no Brasil se mantém estável desde 1986. Segundo dados do Ministério da Saúde, 10,1% dos bebês que nasceram vivos em 89 e em 96 pesavam menos de 2,5 kg. Em 86, 10,2% nasceram desnutridos.
Estudo da Universidade Federal de Pelotas concluiu que as crianças que nascem com menos de 2,5 kg têm 11 vezes mais chances de morrer no primeiro ano de vida do que as que nascem com peso normal.
A manutenção da taxa de bebês desnutridos contrasta com a redução, nos últimos dez anos, dos índices de mortalidade infantil e desnutrição em menores de 5 anos.
Segundo Ana Moretti Maranhão, chefe do Programa de Assistência à Saúde da Criança do Ministério da Saúde, uma das explicações é que parte dos fatores que causam a desnutrição em recém-nascidos ainda não está sendo combatida eficazmente.
"A gravidez na adolescência, o tabagismo e o trabalho pesado durante a gestação contribuem muito para o nascimento de crianças desnutridas", afirmou.
Para Maranhão, a maneira mais eficiente de reduzir o número de desnutridos é melhorar a qualidade do pré-natal.

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