São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 1996
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Mostra Rio traz Laura Dern

MARIANE MORISAWA
DA REDAÇÃO

A ex-Mostra Banco Nacional abre sua oitava edição nesta quinta-feira com o vencedor da Palma de Ouro em Cannes, "Segredos e Mentiras" (leia destaques ao lado).
O mesmo filme abre a seleção em São Paulo, que começa no dia 26 e vai até 3 de outubro.
A norte-americana Laura Dern (de "Coração Selvagem") estará chegando ao Rio nesta semana para apresentar seu filme "Ruth em Questão" (Citizen Ruth), de Alexander Payne, com lhe rendeu o prêmio de melhor atriz do último Festival de Montreal.
Leia a seguir trechos da entrevista que a atriz concedeu à Folha, por telefone, de Los Angeles.
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Folha - Quem é Ruth Stoops?
Laura Dern - Ela é uma mulher de 29 anos, sem-teto, grávida de seu sexto filho e viciada em tóxicos inalantes.
Folha - Você recebeu uma indicação ao Oscar por "As Noites de Rose" e agora foi premiada em Montreal por "Ruth em Questão", dois filmes sobre mulheres fortes. Você gosta desse tipo de papel?
Dern - Muito, eles são difíceis de se encontrar. São humanos e, mais do que fortes, são honestos. E é o que gostamos de ver nos filmes. Porque as mulheres são vítimas, são heróicas, são burras, tudo.
Folha - Como você escolhe seus papéis?
Dern - O que eu procuro é um roteiro que me emocione, com um personagem maravilhoso e um diretor com quem eu gostaria de trabalhar. Às vezes, com muita sorte, você acha todas as três coisas juntas. Mas não sempre.
Em "Ruth em Questão" eu tive sorte porque era um grande papel, com um grande roteiro, um grupo de atores maravilhoso, um diretor estreante, mas que tinha feito um curta de que eu gostava muito.
Folha - Seus pais (Diane Ladd e Bruce Dern) são atores. Qual foi a influência deles na escolha de sua carreira?
Dern - Decidi que queria atuar aos 9 anos. Minha mãe ficou muito protetora na época, porque ela sabe o quanto pode ser difícil. Ela impôs que eu estudasse por dois anos, para ver se era sério. Aos 11, iniciei testes e ganhei um papel em "Foxes", de Adrian Lyne.
Folha - Você já veio ao Brasil?
Dern - Não. Estou muito ansiosa. Quase fui ao Brasil uma vez, para fazer "Brincando nos Campos do Senhor", mas não deu certo.
Folha - Soube que você gosta de música brasileira. É verdade?
Dern - Eu adoro. Eu adoro Jobim! É meu herói. E Gal Costa.
Folha - Como você vê o cinema americano atualmente?
Dern - Eu acho que é uma época muito excitante. Para os independentes e também para o cinema mundial. É possível fazer grandes filmes com apenas US$ 6 milhões.

LEIA MAIS sobre a Mostra Rio à pág. 4-3

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