São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 1996 |
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Carnaval brasileiro ganha ruas de Lyon no fim-de-semana
ANA FRANCISCA PONZIO
O clima de festa começou no sábado, durante o Grande Baile do Cacantados. Bandeirolas amarelas, verdes e azuis tremulavam pela cidade. Em homenagem ao Brasil, até a fonte principal jorrava água verde. Também os cardápios dos tradicionais restaurantes de Lyon, conhecida por sua requintada gastronomia, também ofereciam o "menu Brasil". Ponto a menos para Francisco Weffort, Ministro da Cultura, que em vez de comparecer pessoalmente mandou representantes, perdendo a chance de capitalizar a importância do evento para o país. Balé Folclórico da Bahia A abertura de "Le Défilé" ficou por conta do Balé Folclórico da Bahia. Em seguida, desfilaram 17 escolas da região do Rhône-Alpes, onde se localiza Lyon. Para encerrar, a Imperatriz Leopoldinense ensinou o que é vitalidade em matéria de manifestação popular. Mais do que uma atração da 7ª Bienal de Dança, o desfile simbolizou um objetivo político e cultural de Lyon, que procura estimular as danças de rua como meio de integração social. Essencialmente, as 17 escolas lionesas que desfilaram reuniram gente da periferia da cidade e regiões vizinhas. Ficaram muito aquém do que se faz no Brasil, mas representaram uma iniciativa de congregação que sofre resistência das classes mais favorecidas desta localidade francesa. Segundo Patrice Béghain, diretor regional do Ministério da Cultura da França, o desfile incluído na Bienal faz do Brasil um modelo no sentido de misturar pessoas de diferentes origens em torno de uma expressão cultural. Violência Num momento em que o Brasil exporta a imagem de violência e miséria, tal acontecimento concede ao país uma conotação positiva. Encantados com a criatividade exibida pelos brasileiros, os franceses não estão elogiando somente o carnaval de rua. Nos teatros da cidade, o público vem sendo extremamente caloroso com as atrações apresentadas até agora pela Bienal, que termina dia 8 de novembro com um show de Caetano Veloso. Dentro do que foi mostrado até domingo, só houve sucessos. Começou com a aclamação de Antonio Nóbrega, na abertura, e prosseguiu com as brilhantes apresentações do Grupo Corpo e da Companhia de Danças de Lia Rodrigues, que está interpretando "Ma" e "Folia" até quarta-feira, no Teatro Le Radiant Caluire. Texto Anterior: Djibril Diop Mambéty busca personalismo Próximo Texto: Michael Jackson pode ser processado de novo; Morre aos 59 anos a atriz Juliet Prowse Índice |
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