São Paulo, terça-feira, 17 de setembro de 1996
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Nacionalistas lideram apuração na Bósnia

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os candidatos nacionalistas muçulmano, sérvio e croata saíram à frente na votação para a Presidência da Bósnia.
O atual presidente, Alija Izetbegovic, liderava ontem para a vaga muçulmana da Presidência com mais de 60 pontos percentuais de vantagem em relação ao ex-premiê Haris Silajdzic, segundo dados divulgados às 22h07 de ontem (17h07 em Brasília). Os dados representam quase 20% das urnas.
O sérvio Momcilo Krajisnik, de "linha dura", obtinha vantagem um pouco menor sobre o seu principal concorrente, Mladen Ivanic.
A vaga croata na Presidência tinha o nacionalista Kresimir Zubak como favorito, com Ivo Komsic, o representante da Lista Unificada (coalizão multiétnica de partidos da Bósnia), em segundo lugar.
Presidência colegiada
A Presidência da Bósnia-Herzegóvina será composta por três representantes -um de cada etnia.
Ela terá oficialmente um chefe, mas as decisões precisarão de consenso. Izetbegovic liderava ontem a disputa para a chefia, seguido pelo sérvio Krajisnik.
Apesar de a maioria dos eleitores ser muçulmana (1,35 milhão, contra 1,1 milhão de sérvios), Krajisnik pode vencer por causa dos problemas de refugiados muçulmanos para votar e do comparecimento diferente entre as etnias.
A Organização para Segurança e Cooperação na Europa, que organiza as eleições na Bósnia, prometeu resultados finais para hoje.
Além da Presidência colegiada, os moradores da República Srpska votaram também para presidente.
A República Srpska é a entidade dos sérvios, que lutaram pela separação de parte do território durante a guerra. Muçulmanos e croatas formam uma federação, cujo presidente será eleito indiretamente.
Na República Srpska, a atual presidente, a nacionalista Biljana Plavsic, estava liderando, mas com margem menor do que a esperada.
Observadores independentes do pleito pediram ontem que as eleições municipais da Bósnia sejam novamente adiadas até que o Partido Democrático Sérvio renuncie a sua busca pela independência.
As eleições já foram adiadas para novembro. Ed van Thijn, chefe da equipe de monitores das eleições de sábado, pediu que o partido apóie a união da Bósnia antes que o resultado oficial seja divulgado.
Ele afirmou que as eleições foram limpas. Os três principais problemas foram: nomes faltando em listas ou erroneamente registrados em 56% dos locais de votação, eleitores demais em alguns postos e a dificuldade para refugiados votar.
Votaram em área "inimiga" 14,7 mil dos 150 mil refugiados. Segundo o International Crisis Group, que ajudou a monitorar o pleito, 200 mil eleitores no exterior também não puderam votar.

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