São Paulo, quarta-feira, 18 de setembro de 1996
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Paes de Andrade amplia 'racha' no PMDB

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente nacional do PMDB, deputado Paes de Andrade (CE), ampliou o racha do PMDB na disputa pela presidência da Câmara. Ele afirmou ontem que o ministro Luiz Carlos Santos (Assuntos Políticos) "está em pleno processo de aliciamento de deputados".
Para Santos, a frase de Paes seria "uma provocação". "O objetivo é apenas criar notícia. Com isso, ele lança uma suspeita de injúria sobre os deputados do PMDB."
Paes atacou também o líder do partido, Michel Temer (SP), outro candidato à presidência da Casa. "Ele é o candidato da reeleição (de FHC). Está fazendo o que o Palácio do Planalto deseja que ele faça."
O presidente do PMDB disse que Temer "vinculou reeleição e disputa pela presidência da Câmara". Paes desafiou o líder a divulgar a pesquisa que mostra 70% da bancada favorável à tese da reeleição.
"O presidente do partido exige que o líder divulgue o resultado nome por nome. Coloco sob suspeita essa pesquisa. Falei com muitos deputados que não foram ouvidos", disse Paes.
Temer afirmou que a pesquisa não foi feita oficialmente pela liderança, mas sim por alguns vice-líderes. "É algo informal, para ver a tendência da bancada. Não há por que divulgar nomes."
O líder do PMDB disse que já conversou com Santos sobre a sua intenção de se candidatar à presidência da Câmara: "Ele disse que a preferência é minha. Se eu não viabilizar a minha candidatura, ele pode concorrer".
Temer quer forçar uma disputa interna. Dos 83 deputados ouvidos pelos vice-líderes, 82 defenderam a disputa na bancada. Paes propõe que os dois (ou três) disputem no plenário. O mais votado teria o apoio do outro no segundo turno.
Paes afirmou que a articulação de Temer a favor da reeleição "é um processo de demolição do PMDB". Para ele, "estão afastando líderes que estavam dispostos a entrar no PMDB para disputar a Presidência", entre eles o ex-presidente Itamar Franco.
Líderes governistas afirmam que Temer poderia ser recompensado com o Ministério da Justiça, abrindo espaço para Santos. "Não sou candidato a ministro. Sou candidato a presidente da Câmara, para valer", disse Temer.

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